“Vai depender deste e do próximo ano. Vamos ver se tudo vai dar certo. O meu sonho é ir a Paris2024 representar Portugal. Vamos ver. (…) Estou aqui há seis anos, não estou mais ligado ao Congo”, disse, em declarações à agência Lusa.
O atleta do Sporting, que veio sozinho para Portugal, aos 17 anos, depois de ter ficado órfão e ter ficado a viver com uma tia, alvo de perseguição política no Congo, vai integrar a Equipa de Atletas Refugiados dos Mundiais de atletismo de 2022, que vão decorrer de 15 a 24 de julho, em Eugene, Oregon, nos Estados Unidos.
“[Ir aos Mundiais] Significa muito para mim. Estou num ponto da minha carreira em que tenho de dar o meu máximo para chegar muito, muito longe. (…) Em Tóquio2020 fui eliminado na segunda ronda, agora, no Mundial quero, no mínimo, chegar à meia-final, senão não é muito, muito bom”, assumiu.
O desportista de 23 anos, que tem 10,27 segundos como recorde pessoal nos 100 metros, e que esta época tem como melhor registo 10,40, numa preparação “atrasada” por um problema físico, confia que 10,10 é um tempo que lhe permitirá cumprir o objetivo, dando seguimento à sua “progressão”.
“É competição ao mais alto nível e todos os atletas de top mundial vão estar lá. Chegar às meias-finais é muito bom. Tóquio2020 ajudou-me a aliviar um pouco essa pressão. Já conheço os adversários. Não tenho medo, estou lá para competir”, vincou.
Na segunda-feira, o Comité Olímpico Internacional (COI) revelou que Dorian Keletela é um dos 44 refugiados que vai apoiar com uma bolsa para se preparar para os apuramentos para Paris2024, tal como o pugilista afegão Farid Walizadeh, igualmente acolhido em Portugal.
“É muito importante. Esta bolsa ajuda-me muito para treinar para estar na melhor condição, sem me preocupar com outros assuntos. A bolsa é uma boa notícia. Tenho de aproveitar para fazer grandes marcas e entrar na elite mundial e, se calhar, representar Portugal em um ou dois anos”, concluiu.
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