O ciclista belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) criticou hoje os comentários “falsos e negativos” sobre o seu abandono da Volta a Itália, após a nona etapa, devido à covid-19.

“O que é difícil de aceitar são todos os comentários falsos e negativos que recebi após ter de deixar a corrida. Não sou o tipo de pessoa que se esconda ou tenha medo de perder. Para aqueles que pensam isso, os últimos dias foram muito difíceis, emocionalmente, devido a estes comentários. Levarei isso comigo para a bicicleta”, declarou o atual campeão mundial de fundo, numa publicação nas redes sociais.

Evenepoel publicou um longo texto sobre o abandono à mesma hora a que o antigo companheiro de equipa português João Almeida (UAE Emirates) vencia a 16.ª etapa do Giro, em Monte Bondone.

Estes comentários, adiantou, ajudá-lo-ão “a preparar os próximos objetivos e corridas”, garantiu na publicação, a sua primeira após abandonar o Giro, na qual agradeceu todo o apoio que recebeu entretanto, da equipa à família, garantindo ainda que vai voltar aos treinos a partir de hoje, após ‘luz verde’ dos médicos.

“[Abandonar] foi definitivamente um dos desgostos mais difíceis na minha ainda muito curta carreira. Deixar a corrida infetado com covid-19 foi uma forma muito brutal de terminar o que podia ter sido uma história bonita”, declarou.

O vencedor da Vuelta2022 liderava a prova quando abandonou, horas depois de vencer o segundo contrarrelógio, e lembrou hoje os seis meses de preparação “só para esta corrida”, bem como os “sacrifícios, longos dias à chuva e períodos significativos longe de casa”.

“Tudo estava a decorrer como planeado, mas é assim o desporto. Altos e baixos fazem parte do nosso trabalho e posso aceitar isso sem qualquer problema”, declarou.

O britânico Geraint Thomas (INEOS) lidera a Volta a Itália, com 18 segundos de vantagem para João Almeida, que hoje subiu ao segundo posto e lidera a juventude, ‘herdada’ de Evenepoel, com o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma) no terceiro posto, a 29 segundos.

O belga é atual campeão do mundo de fundo e, em 2022, venceu uma grande Volta pela primeira vez, com o triunfo na Volta a Espanha, tendo apostado as ‘fichas’ de 2023 no Giro, prova que, em 2021, na estreia, abandonou a meio, então na equipa de Almeida, que acabou em sexto.