O irlandês Mark Downey ‘roubou’ hoje a 'amarela' ao britânico Gabriel Cullaigh, colega na Team Wiggins, após a segunda etapa da Volta ao Alentejo, de ‘pesadelo’ para a W52-FC Porto e em especial para o espanhol Gustavo Veloso.

Os 205,2 quilómetros entre Beja e Sines prometiam ser tranquilos para os ‘dragões’, que, na véspera, tinham partido a corrida e colocado vários ciclistas em posição de discutir a vitória na geral, da qual ficou arredada a grande maioria do pelotão, que perdeu mais de nove minutos.

Contudo, minutos após a vitória do russo Dmitrii Strakhov (Lokosphinx), começou a perceber-se que o dia perfeito da véspera começava a tornar-se num ‘pesadelo’ para a W52-FC Porto, com Gustavo Veloso, assumido candidato ao triunfo final, a perder 4.12 minutos, depois de ter sido afetado por uma queda e ter mudado duas vezes de bicicleta.

Com Veloso fora, assim como Raúl Alarcón e Angel Sánchez, que ainda perderam mais tempo, os ‘dragões’ ficaram apenas com Ricardo Mestre e com o ‘sprinter’ Samuel Caldeira, melhor português na classificação, na luta para a geral.

“Hoje tivemos um dia menos bom, acabámos por perder o Gustavo Veloso para a discussão da geral, mas temos o Ricardo Mestre, que poderá ter uma palavra a dizer na luta”, assumiu Caldeira.

Na chegada a Sines, Strakhov voltou a festejar em Portugal, cinco dias depois do triunfo na Clássica da Primavera, gastando 5:01.30 horas para cumprir a etapa mais longa da prova, o mesmo tempo de Mark Downey e de Oscar Hernández (Aviludo-Louletano).

Um corte na frente do pelotão permitiu a Downey subir à liderança, 'roubando' a camisola amarela ao colega de equipa Gabriel Cullaigh, que tinha vencido a primeira etapa em Serpa e que hoje perdeu quatro segundos.

“Não tentei 'roubar' a camisola amarela ao meu companheiro [Gabriel Cullaigh], apenas vi uma oportunidade nos últimos quilómetros e aproveitei-a. Só me apercebi que havia um corte na frente da corrida quando regressei ao autocarro da equipa e me disseram que tinha a amarela. Rimo-nos um pouco, ele disse-me ‘tiraste-me a amarela’. Mas está tudo bem”, disse Downey.

O irlandês, que espera que a Team Wiggins mantenha a amarela até final – “não interessa quem ganha” –, tem o mesmo tempo do espanhol Oscar Hernández e menos um segundo do que o francês Justin Jules (WB Aqua Protect Veranclassic) e três do que Cullaigh.

O início da corrida foi tranquilo, com a primeira tentativa a surgir apenas aos 45 quilómetros, mas os 21 ciclistas rapidamente foram absorvidos, com a fuga do dia a formar-se depois, aos 57 quilómetros, com 10 unidades, entre as quais dois antigos vencedores da Volta a Portugal: os espanhóis Raúl Alarcón e Alejandro Marque (Sporting-Tavira).

Sem uma reação imediata do pelotão, a ser liderado pela Efapel, o grupo chegou, a meio da etapa, a ter 2.40 minutos de avanço, que deixavam Alarcón como líder virtual.

Contudo, com a Team Wiggins e a WB Aqua Protect Veranclassic a juntarem-se à perseguição, a vantagem foi caindo e, a pouco mais de 15 quilómetros da meta, a fuga foi anulada, mais ou menos na mesma altura em que uma queda tirou Veloso da discussão.

Na sexta-feira, disputa-se a terceira etapa, entre Grândola e Arraiolos, num percurso de 149,3 quilómetros, com duas contagens de montanha de quarta categoria.