Se há desporto que conheceu um 'boom' nos últimos de anos foi, sem dúvida, o MMA. E, como não podia deixar de ser, mereceu a devida cobertura no Web Summit 2019.
À semelhança de outros desportos, as lutadoras debatem-se pela mesma igualdade de oportunidades que a dos homens. Paige VanZant é um dos rostos da UFC e recorda que quando começou a lutar "ainda não eram admitidas" mulheres.
Cris Cyborg, é um dos nomes grandes do 'jogo'. Três vezes campeã mundial da UFC, a lutadora assinou agora contrato com outra liga, o Bellator, onde se vai estrear em janeiro.
Cyborg deixou o Ultimate Fighting Championship (UFC) em julho deste ano e aos 34 anos conta com 21 vitórias e apenas duas derrotas.
"Vou lutar pelo quarto título. A vantagem da mudança é que vou poder encontrar lutadores do meu peso e tamanho [o que nem sempre é fácil]"
Paige VanZant também está a um combate de se despedir do UFC, descontente com a situação profissional que encontra na ainda maior liga mundial de MMA.
"Vai ser o meu último combate, vou lutar e veremos que portas é que se vão abrir", contou a lutadora que deixa em aberto a possibilidade de deixar de estar ligada em exclusividade a qualquer empresa.
"Quando tens contrato...ficas preso a uma empresa. A Cris [Cyborg] conseguiu ser 'Free Agency' e quero ver o que acontece", prosseguiu, considerando que a UFC está a perder valor acrescentado.
"A UFC perder a Chris... é ela uma lenda. É bom vê-la competir na Bellator [não sei o que o que o futuro] vai dar. Vou ver quem me dá mais valor."
A brasileira afina pelo mesmo diapasão e diz que são 'elas' que fazem o espectáculo acontecer.
"São as lutadoras que fazem a luta acontecer. Se os dois [lutadores e organização] trabalharem juntos, vai ser melhor para todos."
A diferença nos salários entre homens e mulheres também é algo que incomoda a norte-americana de 25 anos.
"Eu não estou feliz. Lutamos pelo o que acreditamos e queremos ser recompensadas por isso.Estamos sobrevalorizadas e temos que demonstrar que temos valor. Cada pessoa luta pelo seu objetivo. Gosto de mostrar aos fãs que eles podem lutar por isso. Gosto de lhes dizer que eles conseguem, se trabalharem no duro."
As redes sociais são uma enorme montra para um desporto em que o entretenimento tem um enorme peso e estas atletas sabem usar as redes como ninguém, já que é a melhor forma de estarem próximos dos fãs.
"Temos que construir uma marca. É uma grande plataforma. Podemos mostrar outro lado. Ajuda-nos a construir uma marca. Posso ser competitiva na luta e ao mesmo tempo explorar oportunidades e abrir portas."
Paige também não diria que não a um desafio na WWE, a maior de organização a nível mundial e compara mesmo os atletas do MMA aos da wrestling.
"Não posso dizer que não às oportunidades,. Gosto de olhar em frente. É um desporto fantástico. É preciso o mesmo talento e atletismo, é diferente, mas não diria que não."
Em relação à suposto caráter violento do MMA, Paige encolhe os ombros e fala com paixão do desporto que escolheu como modo de vida.
"As pessoas pensam que é um desporto bárbaro. É algo que escolhes, mas porque é uma paixão, arte e uma 'skill'. Queremos mostrar o quanto o MMA é fantástico.
Já Cris [Cyborg] mostra-se ansiosa pela estreia no Bellator onde vai tentar somar mais um título, numa carreira já coroada de êxitos.
"Estou ansiosa. Quero o título. E estou muito entusiasmada. Estejam preparados."
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