A canoísta Joana Vasconcelos manifestou-se hoje “bastante feliz” pelo apuramento para Tóquio2020, regozijando-se com o fim de um período “desgastante” física e psicologicamente e dedicando o êxito à sua falecida mãe.
“Estou bastante feliz por voltar aos Jogos Olímpicos. O meu pensamento teve de ser sempre positivo. Foi muito desgastante, anos e anos a treinar para este sonho. Dedico este apuramento à minha mãe, ao meu marido e toda minha família, que me tem apoiado muito. Foi a minha mãe, que já não está entre nós, que me ajudou a ter força nos metros finais”, disse à Lusa a atleta, de 30 anos.
Joana Vasconcelos liderou a competição desde o início a prova de K1 500 metros, concluindo a regata em 1.57,83 minutos, à frente da polaca Justyna Iskrzycka (1.58,37) e da russa Svetlana Chernigovskaya (1.59,08).
A canoísta gaiense falou de “uma prova bastante disputada”, num período que tem sido “muito intenso e desgastante”, no qual falhou a qualificação há uma semana, na Hungria, e lamentando hoje o “vento de frente e de lado” que afetou “todas as atletas”.
“Tentei focar-me e dar o meu melhor”, desvalorizou a canoísta, que falhou o Rio2016, mas que em Londres2012 foi sexta classificada em K2 e K4 500.
Conseguido o “sonho” de chegar a Tóquio2020, agora é altura de pensar “nos muitos aspetos a melhorar”, considerando que o “tempo até lá” será fundamental para o conseguir, pelo que será necessário prepará-lo “da melhor forma”.
A atleta, atualmente sem clube, alcançou o êxito num ano particularmente “difícil”, mas destacou o facto de “nada” a ter ‘deitado abaixo’.
O técnico nacional Hélio Lucas elogiou a “prova bastante consistente” de Joana Vasconcelos, começando por destacar a sua “largada excelente”.
“Foi para a frente, fez uma primeira parte mais rápida, a meio passou bem e os últimos metros foram mais difíceis, com vento contra. Mas aguentou-se bem, foi consistente e venceu com mais de meio segundo”, relatou, considerando ter sido um desempenho “bastante bem conseguido”.
Até Tóquio é preciso “afinar as coisas menos positivas” e “analisar” os objetivos, com a federação, em conjunto com o corpo técnico, a decidir se Joana Vasconcelos fará também o K1 200 e se há margem para um K2 500 com Teresa Portela.
Kevin Santos procurava a primeira qualificação olímpica e admitiu a “frustração” de ter ficado a meros 17 centésimos de segundo do sonho, ante “adversários muito fortes”, ficando o consolo de ter estado “ao seu nível a lutar até ao fim”.
“Não cometi erros, fiz tudo o que devia ser feito, consegui aplicar o que tinha. Feliz por acreditar. A primeira pessoa que o fez foi o meu treinador, Rui Fernandes, que olhou para mim e viu que podia estar aqui com este nível. Com trabalho conseguimos pôr todos os portugueses a acreditar até aos últimos metros. É isso que temos de levar daqui”, completou o canoísta, nascido em Caracas e que representa os algarvios do KCC Arade.
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