António Félix da Costa foi um dos convidados da Web Summit que está a decorrer este ano de forma virtual. O piloto abordou a sensação de se ter sagrado campeão do Mundo de Fórmula E com a equipa da DS Techeetah num ano atípico marcado pela pandemia da COVID-19.
"Foi um ano muito estranho. É um problema muito complicado em que praticamente tudo foi posto em pausa. Quando a pandemia estoirou, não sabíamos o que ia acontecer, se o campeonato ia acabar", começou por dizer, antes de revelar os segredos que o levaram a conquistar o campeonato do mundo de Formula E.
"Ainda durante a pandemia comecei a trabalhar com um ‘mental coach', porque percebi que tinha de estar preparado para ganhar, mas mais importante, preparado se isso não acontecesse (...) Estive muitas vezes na posição de derrotado e sabia que muitos elementos tinham de estar sincronizados para ter sucesso. Foi nisso que trabalhei", revelou em conversa com o jornalista João Carlos Costa.
Em 2013, o piloto esteve muito próximo de entrar na Fórmula 1 pelas mãos da Toro Rosso, depois de ter sido piloto de testes da Red Bull, mas o sonho acabou por se esfumar. Ainda assim, não guarda mágoas: "Tudo parecia que tinha o lugar garantido, mas depois recebi um telefonema...Por razões políticas acabei por não ficar. Felizmente tive muita gente que apoiou. Foi um lição, tudo na vida acontece por uma razão. Agora na Fórmula E há vários pilotos que vieram da Fórmula 1 e eu consegui vencê-los", destacou.
Instado a comentar a revolução dos carros elétricos, Félix da Costa considera que é um conceito que veio para ficar e só admite mesmo uma excepção. "Os carros elétricos têm revolucionado o mundo. Tem-se melhorarado muito a questão dos carregamentos e da autonomia. Como piloto sempre adorei a Fórmula 1 foi o meu sonho e estive perto. Cheguei à Formula E nos primeiros tempos e deparei-me com um carro que não emitia barulho...Há seis anos não conseguíamos fazer muitas voltas. Agora conseguimos correr muito mais e os carros têm muito mais potência. Vimos um enorme progresso nos últimos quatro anos. É claro que se passar um Ferrari eu olho para o lado, mas não precisamos de um carro desses para ir do ponto A para o ponto B no dia a dia. A Fórmula 1 é um show. Os únicos carros do mundo que deviam ser movidos a motores de combustão deviam ser os da Fórmula 1", atirou.
Em relação aos anos em que passou ao lado das vitórias, o piloto explica que só assim conseguiu evoluir e alcançar o sucesso na Fórmula E. "Quando era novo tive o Valtteri Bottas como adversário e só lhe ganhei uma vez. Foi bom ser piloto de testes na Red Bull, seguir pilotos como o Sebastian Vettel. Tentei retirar o melhor de cada um. Temos que saber perder antes de conseguirmos ganhar", sublinhou.
A Web Summit, uma das maiores cimeiras de tecnologia do mundo, realiza-se este ano totalmente 'online' com "um público estimado de 100 mil" pessoas, depois de se ter começado a realizar em Lisboa, em 2016.
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