A Taça Ibérica de râguebi foi uma conquista de todas as gerações do Belenenses que “nunca abandonaram” o clube, apesar das dificuldades vividas nos últimos anos, disse hoje à agência Lusa o treinador dos ‘azuis’, João Mirra.
“Mais do que o cumprir de uma missão desta geração, é um agradecimento às gerações anteriores, de quando o clube tinha uma situação periclitante e jogadores, diretores de equipa e direções nunca o abandonaram, o que nos permitiu chegar ao patamar em que estamos hoje”, disse o treinador, na Catalunha, momentos após erguer o troféu.
Os ‘azuis’ venceram no terreno do Santboiana por 45-15 e conquistaram o troféu ibérico pela primeira vez no seu historial, após terem perdido as três finais anteriores que disputaram, em 2003/04, 2018/19 e 2020/21, as últimas duas já sob a orientação de João Mirra.
Alcançar “o título que faltava” ao clube deixou uma “sensação de dever cumprido” a João Mirra, mas o treinador não quer ouvir falar de hegemonia, apesar de o emblema do Restelo ter passado a deter todos os troféus que disputa: campeonato, Taça de Portugal, Supertaça e Taça Ibérica.
“Nem queremos ouvir falar nisso. Quando se fala em hegemonia, fica-se com a barriga cheia e a nossa está vazia. Hoje, é dia de festejar e amanhã é praticamente o ‘dia zero’, dia de fazer ‘reset’. Não temos hegemonia porque as hegemonias também acabam de um dia para o outro e perde-se a ambição”, refutou o treinador.
Sobre o jogo que valeu mais um título ao Belenenses, o também treinador-adjunto de Patrice Lagisquet na seleção portuguesa concordou que a superioridade dos lisboetas frente ao Santboiana foi avassaladora, especialmente na segunda parte.
“Sim, hoje conseguimos juntar uma boa vitória e qualidade de râguebi. Ganhámos por números tão expressivos porque fomos melhores”, resumiu o técnico do Belenenses.
O Belenenses venceu hoje a Taça Ibérica de râguebi pela primeira vez no seu historial, sucedendo na lista de vencedores portugueses ao Direito, que tinha sido último clube nacional a conquistar o troféu, em 2015/16.
Ainda assim, os clubes espanhóis continuam em vantagem com 26 títulos conquistados contra 17 dos portugueses, repartidos por Benfica (quatro), Direito (quatro), CDUL (três), Cascais (três), Académica (um), Agronomia (um) e Belenenses (um).
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