A instituição de solidariedade social Academia dos Champs “forma campeões para vida” com a ajuda de parceiros e tenistas profissionais e foi premiada pela segunda vez com um prémio do circuito ATP.
Em entrevista à agência Lusa, o diretor do projeto de ação social, Pedro Carvalho, agradeceu as palavras elogiosas do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou a segunda distinção do ATP no espaço de nove anos e o ‘scouting’ de novos talentos para o ténis nacional.
“É um reconhecimento [da ATP Aces for Charity] que nos enche de orgulho. Não é um trabalho fácil, a procura de apoio e tudo mais... Este reconhecimento permite-nos saltar barreiras, passarmos para um plano internacional”, começou por dizer, lembrando que foi “uma das nove instituições que recebeu a distinção este ano”.
Pedro Carvalho insistiu no “reconhecimento internacional, no enorme alento e na exposição” que este prémio dá à academia, comparando a causa às dos conceituados tenistas Novak Djokovic e Nick Kyrgios.
O ATP Aces For Charity é uma votação pública realizada todos os anos, em que as candidaturas são submetidas até final do primeiro semestre e depois são votadas durante o ‘masters’ de Londres. O pedido tem que ser feito por via de um torneio que esteja inscrito no ATP World Tour ou por via de um atleta.
A Academia foi criada em 2009 pelo fundador António Champalimaud, que jogou e deu aulas de ténis. O projeto, segundo Pedro, “é uma aventura de vida com amor à modalidade”, em que o “segredo é somente trabalho sem fórmulas mágicas”.
Para o diretor da Academia dos Champs, as ações idênticas e com outra grandeza mundial devem ser vistas como exemplos a seguir.
“Todas as causas são válidas e temos o bom hábito de beber muito o que as outras instituições fazem. Há sempre a ligação de tentarmos acompanhar o trabalho de uns e outros para tentarmos melhorar o nosso dia a dia. Temos alguns parceiros a nível internacional”, declarou.
No que à propagação diz respeito, o facto de jogadores como Lleyton Hewitt e Alex De Minaur terem entrado nos ‘courts’ do Estoril Open com a pulseira da Academia “ajuda a engrandecer e a expandir” a marca. Pedro Carvalho refere mesmo que “95%” dos tenistas usam o acessório e que a recetividade é “boa”.
Também o Presidente da República se uniu a esta causa e deixou palavras elogiosas na primeira de três presenças no Clube de Ténis do Estoril. “Obra muito importante” foram as palavras usadas por Marcelo Rebelo de Sousa, que foram orgulhosamente recebidas pelo diretor.
“Recebemos com muito orgulho e muita honra, mas também tem muito trabalho nosso por trás e fomos atrás do professor Marcelo. Foram palavras simples e rápidas, mas têm o seu valor. Sempre que nos cruzamos com o professor Marcelo ele tem sempre o carinho e a atenção de se lembrar da Academia dos Champs e hoje usa o nosso boné na cabeça”, revelou.
Contudo, sem ajuda monetária é muito difícil a academia expandir-se, pelo que o cheque de 15 mil euros da ATP Aces for Charity entregue no sábado no ‘court’ principal do Estoril permite olhar para outros horizontes, sendo mais um “fundo e donativo para o financiamento” das aulas de ténis.
“Vamos crescendo com muito trabalho e com captação de parceiros nacionais e internacionais, como a Lacoste, por via a conseguirmos um financiamento para pagar o mais importante do projeto que são as aulas de ténis. Os nossos professores, todos eles são pagos e são credenciados”, explicou.
Atualmente com 10 núcleos, a Academia do Champs procura que as cerca de 250 crianças espalhadas pela grande Lisboa, Algarve e Maia, no Porto, tenham, pelo menos, duas aulas de ténis por semana. No entanto, “o objetivo imediato é alcançar os 300 alunos”.
Por fim, comentou a possibilidade de descobrir novos atletas para o ténis português, mas sublinhou que essa não a principal missão.
“Estamos sempre atentos. Um diamante em bruto só com uma aula descobre-se, embora não seja a principal preocupação. Um dos nossos lemas é formar campeões para a vida. Mantemos essa atenção e já temos mecanismo preparados com clubes em Portugal aos quais podemos direcionar um ou outro aluno que tenha potencial”, terminou.
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