Pedro Sousa e Frederico Silva, os únicos tenistas portugueses a disputar o quadro principal do Open da Austrália, têm uma missão bastante difícil em Melbourne Park, onde se estreiam, respetivamente, frente aos favoritos Stanislas Wawrinka e Nick Kyrgios.
Naquela que será a sua segunda participação, desde 2019, o número dois nacional e 108 do ‘ranking’ ATP vai defrontar na ronda inaugural o suíço Stanislas Wawrinka, campeão em Melbourne em 2014 e detentor de três títulos do Grand Slam (Roland Garros 2015 e Open dos Estados Unidos de 2016).
Além de garantir não ter ficado desmotivado com o sorteio, antes pelo contrário, porque vai ter a “oportunidade de jogar contra um campeão do torneio e um dos jogadores que conseguiu fazer frente ao ‘big three’”, Pedro Sousa destaca o “estilo de jogo agressivo, o excelente primeiro serviço e uma das melhores esquerdas do circuito” de Wawrinka, que lhe dificultará a tarefa de passar, pela primeira vez, à fase seguinte da prova.
“Vou tentar estar o mais sólido possível, aproveitar as minhas oportunidades e impor o meu jogo. Quando joguei a primeira vez o quadro principal também estava bem preparado, tinha feito alguns encontros em piso rápido, e, este ano, estou a sentir-me um pouco mais confortável, mas não são as minhas condições favoritas”, apontou à Lusa, manifestando a vontade de “estar competitivo e fazer um bom encontro.”
Ao contrário do lisboeta, de 32 anos, que cumpriu uma quarentena de duas semanas com autorização para sair, durante cinco horas por dia, Frederico Silva viu-se obrigado a um isolamento de 14 dias no quarto de hotel e sem treinar, na sequência de um caso de infeção pelo novo coronavírus detetado no seu voo com origem em Doha, onde venceu os três encontros do ‘qualifying’.
Após superar as primeiras contrariedades, a quarentena e a derrota na jornada inaugural do ATP 250 Murray River Open, de preparação para o Open da Austrália, o jovem esquerdino, de 25 anos, vai agora enfrentar um novo e árduo desafio, de seu nome Nick Kyrgios, na sua estreia num quadro principal de um torneio do Grand Slam.
“Conheço o Nick desde os tempos de juniores. Jogámos um contra o outro no US Open, em 2012, e ele ganhou. Vai ser, sem dúvida, um encontro difícil. É um jogador que serve muito bem e que normalmente tem muito bons resultados aqui, a jogar em casa”, lembrou Silva (184.º ATP), à agência Lusa.
O jogador das Caldas da Rainha reconhece que “havia jogadores que poderiam ser menos difíceis, embora num torneio destes todos os encontros sejam difíceis”, mas assegura estar determinado a “dar o melhor” diante o 47.º classificado na hierarquia mundial.
“Acredito que no final posso fazer um bom encontro e ganhar. Provavelmente, vou jogar num dos estádios principais, pela primeira vez, e isso dá-me ainda mais motivação para esta ronda”, avançou, acrescentando que Kyrgios “baseia muito o jogo no serviço e, se estiver num dia bom, torna-se praticamente impossível” contrariar essa pancada.
Apesar de o australiano não ter jogado desde o ATP 500 de Acapulco no final de fevereiro de 2020 até ao início desta época, Kiko Silva acredita que o adversário é “daqueles jogadores que não precisa de muito tempo de adaptação para voltar ao melhor nível”, recusando assim poder tirar alguma vantagem da sua ausência, por opção e como medida preventiva à pandemia da covid-19.
“Ficaria satisfeito se conseguisse jogar ao meu melhor nível e se conseguisse passar esta primeira ronda. Ganhar a um dos jogadores mais difíceis do mundo em piso rápido deixar-me-ia, sem dúvida, muito contente”, confessou.
Após João Sousa, número um nacional, ter tido um positivo num teste ao novo coronavírus na véspera de viajar para Melbourne, ficando impossibilitado de embarcar, a participação portuguesa estará a cargo de Pedro Sousa e Frederico Silva no Open da Austrália, que decorre a partir de segunda-feira e até 21 de fevereiro no estado de Vitória.
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