
"No ano passado, em 2022, foram rececionados praticamente 16 mil pedidos de vistos", afirmou Paulo Lourenço, após visitar as atuais e futuras instalações do CCV, na cidade da Praia, que estarão abertas ao público ainda este mês, também em Achada de Santo António.
Do total de pedidos, o diplomata avançou que foram concedidos 14 mil vistos através do centro, que funciona desde 2010 na capital cabo-verdiana, e que realiza o processo de pedido de vistos de curta duração para o Espaço Schengen, envolvendo 19 países, incluindo Portugal.
Do total de vistos concedidos, o embaixador informou que cerca de 4.300 foram através das presenças consulares no Mindelo, ilha de São Vicente, onde há uma semana apresentou as cartas credenciais ao Presidente da República de Cabo Verde, e nas ilhas do Sal e da Boa Vista.
"Uma vez mais lembrando que também há uma dimensão de itinerância do Centro Comum de Vistos para recolha e para receção destes pedidos de vistos, o que é muito importante, tendo presente a natureza arquipelágica de Cabo Verde", frisou.
A visita ao CCV foi o primeiro ato público do novo embaixador de Portugal em Cabo Verde, para verificar pessoalmente o serviço prestado aos utentes, assim como as condições de trabalho dos funcionários consulares.
O centro tem sido alvo de várias críticas dos cabo-verdianos, nomeadamente por falta de vagas para entrega dos mesmos ou atrasos nas respostas, com o embaixador a reconhecer que ainda há muitas coisas a serem melhoradas, garantindo, por isso, que o serviço merece toda a atenção e prioridade de Portugal.
"É preciso também deixar claro às pessoas que hoje a procura dos serviços consulares, seja do Centro Comum de Vistos, seja da Secção Consular, é muito acentuada, que está muito para além daquilo que são os nossos recursos de oferta", frisou, prometendo melhorar a eficiência e a qualidade do atendimento.
"E sobretudo, permitir que as pessoas consigam ter mais visibilidade sobre o processo, consigam perceber com que é que podem contar a cada momento, para poder fazer o seu próprio planeamento e gerirem as suas expectativas", reafirmou o embaixador.
A procura de vistos tem aumentado com a implementação do acordo de mobilidade na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e em concreto as facilidades adotadas por Portugal para a entrada no país de cidadãos cabo-verdianos.
Além das novas instalações, o embaixador avançou que o centro já foi reforçado com uma funcionária destacada de Portugal, especializada nesta área, e garantiu a contratação de mais funcionários, para poder responder à demanda.
"Mas, independentemente do número de funcionários que fosse possível acolher nas novas instalações, a procura continuará a exceder largamente à oferta. A questão aqui é sobretudo eficiência e transparência, para que as pessoas consigam organizar e planear bem a sua vida", insistiu.
Desde 01 de agosto de 2022 que os pedidos de visto apenas para Portugal, através da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, estão a ser instruídos pela empresa externa VFS Global, com o objetivo de aumentar a capacidade e implementar o acordo de mobilidade da CPLP, mas a decisão final sobre a atribuição de visto continua a ser das autoridades portuguesas.
A embaixada portuguesa informou em fevereiro que a empresa vai disponibilizar 1.600 vagas para agendamentos em março para a empresa e 1.200 para o CCV, num total de 2.800 agendamentos para igual número de pessoas.
A Secção Consular da Embaixada de Portugal na Praia e o CCV disponibilizam atualmente, a cada 15 dias, um conjunto de vagas para agendamento, através do site da empresa VFS Global, para vistos nacionais, e do site E-VISA, para vistos Schengen.
De acordo com dados divulgados no início de fevereiro pela Embaixada de Portugal, a VFS Global recebe mais de mil pedidos de visto por mês e instruiu mais de 7.000 processos em seis meses de operação.
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Lusa/fim
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