As três coligações, que se apresentaram até ao prazo limite fixado na lei, terminado no domingo, integram na maioria forças políticas sem assento parlamentar, disse à Lusa fonte da CNE.

A maior coligação é a Frente Ampla Democrática (FAD), que integra dois partidos com assento parlamentar, a União Democrática Timorense (UDT) e a Frente Mudança (FM), e, sem assento parlamentar, o Centro de Ação Social Democrática Timorense (CASDT) e o Partido Desenvolvimento Nacional (PDN).

Nas eleições antecipadas de 2018, tanto a FM como a UDT integraram uma outra coligação com o PUDD, que se extinguiu logo depois do escrutínio.

Em 2017, quando essas três forças se apresentaram separadamente, o PUDD foi o mais votado. Nesse mesmo escrutínio, os quatro partidos da FAD obtiveram, em conjunto, cerca de 26 mil votos, um total próximo da barreira mínima de 4% dos votos válidos exigida para eleger deputados para o Parlamento Nacional, com 65 lugares.

As outras duas coligações, registadas até ao final do prazo, são formadas exclusivamente por partidos sem assento parlamentar, e num dos casos, contando com o apoio de um partido cujo processo de registo ainda não foi concluído.

Uma das coligações integra o Partido Democrático República de Timor (PDRT) e a Associação Popular Monarquia Timorense (APMT).

Nas antecipadas de 2018, a APMT fez parte de uma coligação com três outros partidos, o MDN, que se ficou pelos 4.500 votos e, em 2017, o PDRT integrou a única coligação dessas legislativas, o Bloco de Unidade Popular (BUP), que obteve menos de 5.000 votos.

Foi também validada uma terceira coligação, a Aliança Democrata (AD), com três forças políticas: a Aliança Nacional Democrata (AND), cujo processo de registo ainda não está concluído, o Partido de Desenvolvimento Popular (PDP) e o Partido Liberta Povo Aileba (PLPA), duas formações que nunca elegeram deputados.

Além destas coligações, o Partido Social Democrata (PSD) anunciou já que não se apresentará às legislativas de maio, optando apenas por apoiar a campanha do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) de Xanana Gusmão.

Os dados das coligações vão ser oficialmente comunicados pela CNE ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) para publicação no Jornal da República.

As listas de candidaturas das coligações e dos partidos políticos, sendo possível que até 11 partidos a concorrer por separado, terão que ser entregues até ao dia 15 deste mês ao Tribunal de Recurso, que dará início a um processo de validação a concluir até dia 28.

O método de Hondt aplicado em Timor-Leste implica que os votos em forças que não consigam eleger ninguém para o Parlamento sejam redistribuídos proporcionalmente pelos partidos que elegem deputados.

Nas eleições presidenciais, do ano passado, registaram-se cerca de 650 mil votos válidos, pelo que se essa taxa de participação se repetir, a barreira de 4% rondaria os 26 mil votos.

 

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