A atmosfera na cidade do Rio de Janeiro era digna da final de um Campeonato do Mundo. Não se falava em outro assunto que não o ‘jogo do ano’ entre Flamengo e Grêmio pela segunda mão das meias de final da Taça Libertadores da América. Por toda a cidade, respirava-se e fala-se apenas sobre o confronto da noite, que parecia nunca chegar, tal a ansiedade de toda uma nação rubro-negra. Por um dia, todos os problemas de uma caótica cidade como o Rio de Janeiro foram esquecidos. Então, às 21h30, os angustiados corações presentes num abarrotado Maracanã, com seus quase 70 mil adeptos, e também por todo o país, passaram a pulsar no vibrante ritmo deste Flamengo versão JJ.
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Com sua formação considerada ideal, o Flamengo começou por explorar os espaços da defesa gremista com os velozes extremos Bruno Henrique e Everton Ribeiro. Mas a primeira grande chance foi da equipa gaúcha, que quase abriu o marcador com Maicon, valendo um pé salvador de Filipe Luís a salvar o remate in extremis.
Jogo de poucas oportunidades na primeira parte, e o Flamengo apenas chegou com real perigo à baliza adversária no minuto 26’, após centro de Rafinha para cabeceamento de Bruno Henrique. Já perto do intervalo, o mesmo Bruno Henrique começou o ataque, que chegou aos pés de Gabriel, e após remate do avançado e defesa incompleta do guarda-redes Paulo Victor, a bola novamente encontrou Bruno Henrique, que fez o Maracanã explodir em festa.
Com o empate em uma bola na primeira mão, o Grêmio precisava marcar ao menos um golo na segunda parte para levar a decisão para as grandes penalidades. Porém, apenas com Everton a ser figura de destaque dos forasteiros, e com mais uma pobre exibição de André, ex-Sporting, o Grêmio iniciou a segunda parte pressionado e tudo pareceu correr-lhe da pior forma possível.
Logo no primeiro minuto da etapa final, Gabriel recebeu na entrada da área e num forte remate fez o 2-0 para os rubro-negros. Sem dar chance ao adversário para respirar, Bruno Henrique quase marcava o terceiro no minuto seguinte, com o remate a sair por cima da barra. O ativo extremo do Flamengo logo depois envolveu-se com Geromel na grande área, e num penálti duvidoso, sem a consulta ao VAR, Gabriel, sempre ele, marcou o terceiro do Flamengo no jogo, e o Maracanã rugiu com o já tradicional ‘’olé, olé, mister, mister’’!
Era apenas o minuto 55’ e o Grêmio parecia ter ido à knock out. Aos 66’, canto cobrado por Arrascaeta e o central espanhol Pablo Marí fez de cabeça o que já era um descalabro, o quarto golo do Flamengo. E apenas quatro minutos depois, foi a vez de Everton Ribeiro cobrar o pontapé de canto para outro defesa-central marcar, Rodrigo Caio. 5-0 ao minuto 70’, o que parecia ser um dos jogos mais equilibrados de sempre entre Flamengo e Grêmio tornou-se numa monumental goleada sul-americana.
A partir daí, o jogo tornou-se num recital dos adeptos do Flamengo a fazerem vénia para seus avançados e a um enérgico Jorge Jesus. No jogo mais importante dos últimos anos para os rubro-negros, que regressavam a uma meia de final da Libertadores após 35 anos, a confirmação de uma equipa que domina e encanta o Brasil. Com o título nacional bem encaminhado, a contagem agora é regressiva para o dia 23 de novembro, na grande final da Libertadores’2019 entre Flamengo e River Plate, em Santiago, no Chile.
Jorge Jesus frente a Marcelo Gallardo, certamente numa das mais aguardadas finais de sempre do tradicional torneio sul-americano. Em pouco mais de quatro meses no Brasil, Jesus faz história, e a apaixonada massa rubro-negra agradece ao ilustre cidadão da Amadora.
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