
O consumo de álcool é algo que é socialmente aceite nas sociedades ocidentais e faz parte da nossa cultura de celebração. Mas até que ponto o consumo afeta o rendimento, a recuperação e os resultados? Abordamos então o que são mitos e verdades.
Efeito da cerveja no pós-treino. Ajuda ou retarda a recuperação
O álcool aumenta a perda de líquidos e sais minerais, o chamado efeito diurético. Tudo o que o corpo não precisa após um esforço físico, em que já perde líquidos. Tem ainda impacto na chamada síntese de glicogénio, que contribuiu para a reparação das fibras musculares. Ou seja, o álcool poderá atrasar essa recuperação.
Coordenação e tempo de reação fica afetado
O álcool reduz reflexos, equilíbrios e capacidade para a tomada da decisão. Em desportos que necessitam de precisão e movimentos rápidos, poderá aumentar o risco de lesões e diminuir a performance no dia seguinte.
Impacto no sono
Ter uma boa noite de sono é muito importante para a performance no desporto. Por vezes, julga-se que o consumo de álcool até pode ajudar a adormecer, mas na realidade diminuiu a qualidade do sono. Prejudica assim os ganhos de força, resistência ou composição corporal.
Álcool engorda? O problema não é o açúcar
Sim, o álcool engorda e o problema são as calorias do próprio álcool e não propriamente o açúcar. São 7kcal por cada grama de álcool. Para além disso aumenta ao apetite e diminui a oxidação da gordura. É muitas vezes descrito pelos nutricionistas como a pior escolha, caso queira perder peso e aumentar a sua massa muscular.
Beber ao fim de semana leva a que recuperação possa ser prolongada
Uma sessão muito intensa de treino pode levar até 48 horas para que a recuperação seja intensa e completa. Caso consuma álcool durante este período, o processo de recuperação fica naturalmente condicionado, prejudicando os ganhos de força, resistência ou composição corporal.
Resistência
O corpo precisa de energia, que é produzida no fígado, quando este liberta açúcar para a corrente sanguínea. Beber álcool reduz essa capacidade do fígado em produzir açúcar no sangue, assim como a absorção de nutrientes como o Zinco, vitaminas B1 e B2. Para não condicionar a performance é preferível não consumir álcool nas 48 horas que antecedem a atividade desportiva. Se perder uma ou duas bebidas, beba bastante água para compensar e manter-se hidratado.
Cãibras musculares
Durante o exercício físico, os músculos consomem açúcar o que leva à produção de ácido lácteo. Essa substância em excesso pode levar à fadiga muscular e cãibras. Beber álcool antes de treinar aumenta o ácido lácteo e o risco de cãibras musculares.
Se tem de o fazer, modere o consumo
Se o álcool constitui para si um prazer e uma forma de descontração, modere o consumo. Basta um copo de vinho, num contexto social. O consumo moderado dificilmente compromete meses ou anos de consistência no treino. Mas se o consumo for recorrente irá colocar em causa a força, resistência e a saúde.
Não tem que fugir completamente
Como em tudo, é necessário tomar as melhores decisões. Tal como no caso dos fritos ou dos doces, o seu consumo, de forma moderada, não coloca em causa os resultados do treino ou a sua saúde em geral.
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