Continua o ping-pong de acusações entre Pinto da Costa e André Villas-Boas. Recebido na Casa do FC Porto de Fiães, o antigo treinador portista respondeu a Pinto da Costa, lembrando que os que o apoiam não são traidores, mas sim sócios do clube.

"Temos sentido muito forte vontade de mudança. O que se perdeu no FC Porto foi que associados deixaram de ter sentimento de pertença com o clube. Nós como associados pagamos quotas, batemos palmas, vivemos e sofremos, mas de certa forma não vivemos em união e em família. O clube já não dá sentimento de pertença que dava na infância. É este sentido de pertença que é preciso recuperar. Isso reflete-se na vossa vontade de mudança e temos visto uma onda crescente com mais sócios a apoiar a candidatura pelo país. Não é candidatura de sócios traidores, é candidatura de sócios do FC Porto, que são os donos do clube. Queremos ver mudança no clube e querem que lhe seja falada verdade".

Villas-Boas pediu que os sócios votem massivamente no dia 27 de abril, pese embora todas as contrariedades, sublinha Villas-Boas.

"O 27 de abril é fundamental para a história do FC Porto. Faço um apelo ao vosso voto. É uma data difícil. Há um FC Porto-Sporting a 27 de abril. Celebração dos 50 anos do 25 de abril, a 26 pode haver muita gente fora. É importante que estas eleições sejam as mais votadas de sempre na história do clube. Até agora foram as de 1988, as segundas mais votadas foram em 2020, estas podem sempre ser as mais votadas. Votem em quem acreditam, exerçam o vosso direito ao voto e coloquem a cruz no sítio certo".

Sem desmerecer o mérito desportivo da equipa do FC Porto nalgumas circunstâncias ao longo dos últimos anos, o agora candidato voltou a deixar fortes críticas à atual administração, nomeadamente sobre a situação financeira em que o clube se encontra.

"Do ponto de vista financeiro, o FC Porto teve receitas de 2,9 mil milhões de euros nos últimos 20 anos. Em 10 anos, o passivo dobrou, temos uma dívida financeira de 310 milhões de euros. Temos capitais próprios quase positivos, como o presidente gosta de dizer, mas é por uma reavaliação do estádio. E vamos fazer o quê? Vender o estádio? E jogar para a Constituição? O FC Porto está numa situação difícil financeiramente, o dinheiro desapareceu, porque foi mal empregue. Tivemos jogadores que saíram a custo zero. Rendimento desportivo, sim, tivemos, mas também houve ruína financeira", lembrou.