Os clubes profissionais de futebol realizaram já cerca de 40 mil testes, dos quais 0,98% positivos, afetando 15% dos agentes envolvidos na retoma da modalidade, anunciou hoje fonte da Liga de Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
“Estamos com cerca de 40 mil testes realizados, quando estamos praticamente a meio de uma época desportiva, e registamos que apenas 15% das pessoas que intervêm na organização testaram positivo”, avançou a diretora executiva da LFPF, Helena Pires, num ‘webinar’ integrado no programa da Taça da Liga, cuja ‘final four’ se realiza em Leiria.
Para a responsável da Liga, “o futebol profissional soube corresponder ao que eram as exigências da sua retoma”, indo “para além do que lhe é exigido”.
“Criou as medidas que tinha de criar, cumpriu-as escrupulosamente e criou um código de conduta específico que potenciou que o futebol se mantenha [em atividade] e se mantenha seguro”, disse a diretora executiva, lembrando que Portugal foi “a segunda liga a retomar as suas competições”.
O volume de testes exigido “é um custo enorme para as sociedades desportivas”, reconheceu Helena Pires, mas é “a única forma de garantir a continuidade do futebol”.
Segundo fonte oficial da LPFP, 393 dos cerca de 40 mil testes realizados feitos aos aproximadamente dois mil agentes desportivos revelaram infeção pelo novo coronavírus, cerca de 0,98%.
O pneumologista Filipe Froes, consultor da LPFP, entende que neste momento há dois campeonatos a decorrer.
“O campeonato de futebol normal e o campeonato covid. Neste campeonato, temos todas as equipas a lutar contra a covid. Este espírito de que há um adversário comum, que é a covid, vai-nos fazer crescer e melhorar a segurança do desporto”, disse.
Para o especialista, o futebol é exemplo de que é “possível manter uma atividade mesmo em pandemia, assente em princípios de coerência, responsabilidade e cidadania”.
“O futebol não é responsável por nenhum caso de transmissão na comunidade através da prática desportiva. Os casos que encontramos no futebol, muitas vezes são casos que vêm da comunidade para o futebol”, explicou Filipe Froes, revelando que os clubes “já estão a fazer [um número de] testes que ultrapassam os solicitados”.
Tal acontece porque os clubes “perceberam a importância do investimento na segurança para manutenção do seu ativo mais importante, que são os jogadores capazes de desempenharem as suas funções”, assegurando dessa forma “o que todos queremos: a continuação do campeonato de futebol”.
A diretora da Liga minimizou o impacto do número de testes positivos em atletas, técnicos e restante elementos de equipas nacionais, considerando que “o mediatismo do futebol provoca toda esta dimensão que é dada a um ou outro caso que vai surgindo”.
“Queremos continuar a ser um exemplo para a sociedade e não podemos deixar de cumprir o que nos propusemos. Não podemos baixar o grau de exigência, temos de mostrar o porquê de termos a competição a rolar”, concluiu Helena Pires.
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