O presidente da FIFA, Gianni Infantino, defendeu hoje o diálogo para uma reforma do futebol, em detrimento da imposição de sanções aos clubes que tentaram criar a Superliga europeia, projeto que não chegou a avançar.
Em entrevista ao jornal L’Equipe, Infantino referiu que “algumas ações devem ter consequências e todos devem assumir as suas responsabilidades”, mas acrescentou: “Devemos ter sempre cuidado ao falar de sanções (…). Diz-se com muita facilidade que devemos punir, às vezes é até uma atitude populista”.
O presidente da FIFA voltou a classificar de “inaceitável” e “inimaginável” a criação de uma Superliga europeia, anunciada em 18 de abril por 12 clubes de Inglaterra, Espanha e Itália, à revelia de UEFA e das federações nacionais, que foi suspensa dois dias mais tarde.
Infantino considerou que eventuais sanções devem ser impostas, “em primeiro lugar”, pelas autoridades nacionais, depois pela UEFA, e, finalmente, pela FIFA.
“Ao punir um clube, punem-se também jogadores, treinadores e adeptos, que nada têm a ver com isto” disse, acrescentando: “Prefiro sempre privilegiar o diálogo em detrimento do conflito, mesmo nas situações mais delicadas”.
O presidente da FIFA defendeu que “é preciso ouvir todos” para perceber como o futebol chegou “ao atual estado” e insistiu na necessidade de reformas, algumas já em andamento, em várias áreas, como o mercado de transferências e o limite nas comissões dos empresários.
Infantino abordou também a importância de promover “a estabilidade económica” e o “equilíbrio competitivo”, que envolve temas como “a criação de limites salariais e de transferências”.
O projeto de criação da Superliga europeia foi anunciado em 18 de abril por AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.
A competição deveria ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco qualificados anualmente.
As críticas surgiram de imediato e de vários quadrantes, com a UEFA a garantir que iria excluir todos os clubes que integrassem a competição, e o projeto acabou por morrer dois depois de ter sido apresentado, com os clubes ingleses a serem os primeiros a anunciarem o abandono.
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