O treinador de futebol Bruno Lage afirmou hoje, na Web Summit, em Lisboa, que lhe faltou “tempo e os jogadores certos” para continuar nos projetos do Wolverhampton, do qual foi recentemente despedido, e do Benfica.
“A minha experiência no Benfica e nos ‘wolves’ diz-me que o próximo passo tem de ser o projeto certo. Uma grande lição que aprendi foi que necessito de convencer as pessoas do que preciso e de que as coisas não surgem naturalmente. Tinha boas ideias para o Benfica e para os ‘wolves’, mas não tive tempo, nem os jogadores certos para continuar. Não precisava de jogadores caros, mas sim dos certos”, frisou o treinador.
Num painel na Web Summit acerca dos seus próximos passos na carreira, depois de ter sido demitido pela equipa inglesa em 02 de outubro, há precisamente um mês, Bruno Lage explicou o que falhou esta temporada no Wolverhampton, após uma de sucesso.
“Não podemos competir na Liga inglesa sem um avançado. Sempre que jogámos sem avançado, perdemos. A performance é completamente diferente. Uma outra coisa que aprendemos foi que é muito importante os jogadores chegarem a tempo de efetuar a pré-época. A Liga inglesa é tão competitiva e, quando chegam no final do mercado, é muito difícil para os jogadores se adaptarem”, disse Bruno Lage, de 46 anos de idade.
Esta temporada, o Wolverhampton tem, para a posição de ponta de lança, o mexicano Raúl Jiménez – lesionado desde agosto -, o austríaco Sasa Kalajdzic e o espanhol Diego Costa, ambos recrutados nos últimos dias de ‘mercado’ e já com paragens por lesões.
Sobre o Mundial2022, a realizar-se no Qatar entre 20 de novembro e 12 de dezembro, a meio da temporada, Bruno Lage considera que “será bom para a região”, mas “muda muito a dinâmica dos calendários” e não acredita que volte a acontecer num inverno, com o desempenho da seleção portuguesa a depender do momento dos futebolistas.
“Há sempre surpresas e Portugal pode ser uma delas. Temos um treinador experiente e talento em todas as posições. Depende de como a equipa e os jogadores chegam naquele momento. Temos de acreditar que podemos ganhar, mas é preciso gerir as expectativas. No entanto, temos tudo nas mãos para fazer um bom Mundial”, opinou.
A sétima edição da Web Summit arrancou em Lisboa na terça-feira e termina na sexta-feira, contando com mais de 70.000 participantes, 2.630 'startups' e empresas, 1.120 investidores e 1.040 oradores.
A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, passou a realizar-se na zona do Parque das Nações em Lisboa em 2016 e vai manter-se na capital portuguesa até 2028.
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