Lucas Veríssimo é um dos jogadores indispensáveis nos brasileiros do Santos e este sábado deve cumprir o 150º jogo com a camisola do 'peixe'. Mas, por trás da carreira em ascensão, o defesa-central de 24 anos tem uma vida de superação.
Em entrevista ao 'GloboEsporte', Lucas Veríssimo falou da infância difícil e do caminho até ao Santos.
"Quando fiz oito anos, o meu padrinho, Reinaldo, levou-me a uma loja e comprou-me o equipamento completo do Santos. Camisola, calções, meias, tudo. Vestiu-me e disse: "um dia vais jogar no Santos". Naquele momento ele profetizou na minha vida", começou por contar o jovem jogador.
Cinco anos depois, Veríssimo deixou a casa dos pais para jogar em Lins, mas a vida não seria fácil na academia. "Tínhamos uma alimentação muito má. Comíamos aquele arroz velho, em que se encontram até larvas mortas. Era aquele arroz com salsicha todos os dias. Feijão era muito raro. Tanto que, se virem uma foto minha dessa época, eu era muito magro, até quando cheguei ao Santos ainda estava", admitiu.
"A minha mãe ajudou-me muito naquela altura. Ela trabalhava na roça a apanhar laranjas para me ajudar com 50 reais por mês (cerca de 10 euros), para viagens e para lanchar às vezes. Eu não contava para os meus pais o que se passava lá, se não eles mandavam-me voltar para casa. Mantive em segredo e me apeguei ao meu sonho. Sabia que em algum momento iria chegar ao Santos", contou ainda.
Um ano e meio depois, o central acabou por desistir do sonho e regressou a casa. "Cinco dias depois de eu chegar a casa, uma pessoa que me conhecia lá da academia ligou-me e disse: "Sei porque foste embora, mas sabemos da tua qualidade e temos um teste para ti na Linense", revelou Veríssimo.
Pouco depois acabou por chamar a atenção do Santos. Desde essa altura já recebeu vários propostas para deixar o 'peixe', nomeadamente do Torino, mas decidiu continuar no clube do coração, onde joga em memória do padrinho, que faleceu antes de o ver chegar ao Santos.
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