O encontro entre Uruguai e Colômbia (0-1), relativo às meias-finais da Copa América, teve cenas muito feias no final da partida, quando jogadores uruguaios, entre os quais Darwin Núñez, saltaram da bancada e confrontaram os adeptos colombianos, com agressões pelo meio.

Alegadamente, os uruguaios saíram em defesa das suas famílias que estavam a ser alvo de insultos e agressões por parte dos adeptos adversários, algo corroborado pelo selecionador do Uruguai, Marcelo Bielsa.

"Se não o tivessem feito, teriam sido condenados por toda a gente, como é que não se pode defender a mãe, a irmã, o bebé? Como não os defender se os argumentos para impedir que isso acontecesse falharam: prevenção e fuga. A sanção não é para os futebolistas, mas para aqueles que os obrigaram a agir como agiram, não tiveram escolha? E acontece que temos de ver se temos medo de eventuais sanções. A única coisa que falta são as sanções", começou por dizer o treinador.

Mas o discurso de Bielsa não ficou por aqui e acabou mesmo a dirigir-se à organização CONMEBOL, que considera a principal responsável por esta situação tão negativa. Tudo isto é uma caça às bruxas e uma vergonha. Teria de me perguntar se os jogadores receberam desculpas daqueles que têm de salvaguardar a segurança dos espectadores. A lógica que prevalece nesta situação é a de mães, com bebés ao colo, agredidas. Pede desculpa, pá! O que é que se vai suspender, basta dizer: 'Cometemos esses erros, assumo a responsabilidade e vamos tratar do assunto'. Só há uma verdade aqui: a prevenção e a porta de saída falharam. Quem fala, mesmo que seja verdade, se nos expõe, eu castigo-o... Tenho medo da vingança desportiva. Porque isso existe por parte daqueles que são os donos disto tudo. Deviam estar a pedir desculpa aos jogadores em vez de estabelecerem possíveis sanções", completou.

A fechar, o selecionador do Uruguai ainda fez mais acusações graves aos organizadores (Estados Unidos da América), falando em condições de relvados miseráveis e em ameaças para não dizer a verdade que foi vivida na competição.

"Os Estados Unidos, quando sentiram que os seus interesses estavam a ser atacados, criaram o FIFA Gate com o FBI. Fizeram o que fizeram, mas era do seu interesse. Aqui não aconteceu nada: foi uma festa extraordinária, estádios cheios, competitividade. O que não se pode fazer é continuar a enganar, que os relvados são perfeitos. A directora do campo dá uma conferência de imprensa para mentir explicitamente. Sei perfeitamente tudo o que ela faz e como o faz mal. Ela diz que o Vinícius não pode ver o que está a fazer. Diz que o Vinícius não vê, que o Scaloni não tem de falar, que os campos de treino são perfeitos. Tenho uma coleção de fotografias dos campos de treino remendados. Os donos desses campos diziam-nos: 'Desculpem, isto não é apresentável. Não podem treinar aqui e nós compreendemos isso'. Foi dito a Scaloni que falasse uma vez e que não falasse mais sobre o assunto porque, caso contrário, pagaria as consequências. Os jogadores foram também ameaçados em termos desportivos. Todas as mentiras que foram ditas, dizendo que os relvados são perfeitos, ou que os campos de treino são perfeitos. Isto é uma praga de mentirosos, e eu já disse tudo o que prometi a mim mesmo não dizer" concluiu o técnico.