
Há empates que sabem a derrota e outros que cheiram a milagre. Este foi um bocadinho dos dois, dependendo do cachecol que tinhas ao pescoço. Quem tinha o cachecol do Sporting de Portugal saiu do estádio em lágrimas, quem tinha o cachecol do Sporting mas de Braga, foi ao Google Maps e acrescentou Fátima às paragens.
Já a norte os de cachecol azul saíram frustrados e os de cachecol vermelho saíram do estádio a respirar fundo e a agradecer aos céus o ponto que de lá caiu.
Em Alvalade, Sporting e Sporting de Braga dividiram pontos, culpas e remates falhados, num jogo que teve mais emoção que finalização e mais ruído que golos.
O Sporting que se havia poupado em Nápoles para dar a resposta para o campeonato, ontem continuou em poupança mas de atitude, entregando o jogo ao Sporting de Braga.
Olhando para o jogo de ontem, quem ligasse a tv à espera de ver uma equipa de verde e branca e outra de encarnado, acharia que estaria a assistir ao jogo da equipa feminina do 10º E contra a Fiorentina do Minho. Não foi um bom dia para quem gosta de equipamentos bonitos.
Num dos poucos lances na defensiva do Sporting de Braga em que Pote conseguiu ganhar o um para um, cruzou para área onde no meio de uma série de ressaltos, Luís Suarez, de carambola inaugurou o marcador.
Nota-se que o Pote foi pai há pouco tempo, aquelas olheiras, a falta de paciência e aquele olhar para o rabo dos colegas a ver se há alguma fralda para mudar, não é fácil.
Suarez continua a fazer esquecer Gyokeres. Não muito, mas dá aos sportinguistas algum tempo para relaxarem para depois voltarem à ansiedade habitual.
O Sporting de Braga pegou no jogo e andou com ele na mão até aos 75 minutos. Altura em que as pernas já pesavam e o Sporting começou a criar algumas oportunidades.
Como quem não marca sofre e os sportinguistas voltam a habituar-se a sofrer, Huljmand, que deve ter ido almoçar à taberna do seu treinador, decide verificar se o material de que é feito as camisolas do Sporting de Braga é bom. Puxa a camisola do seu adversário na grande área, Cláudio Pereira, que tem nome de ator de telenovela vai ao VAR e aponta para o castigo máximo.
No dia em que se comemorava a implantação da República, o Zalazar do Minho põe o Sporting no regime e empata o jogo.
Pontos divididos tal como começam a ficar os adeptos do Sporting em relação ao seu treinador. Será que Rui Borges tem o que é preciso ou a época anterior é mais mérito de Rúben Amorim do que dele?
O futuro nos dirá...
E num futuro a 300 quilómetros de distância, FC Porto e Benfica encontraram-se num Clássico que marcava o regresso de José Mourinho ao Estádio do Dragão.
Os portistas receberam-no como quem recebe a sogra, mal.
Como dizem os Xutos e Pontapés, o passado foi lá trás e já há muita gente naquelas bancadas que não tem noção do que o 'Special One' representa para o clube, mas tenho a ideia de que se forem ao Museu, têm lá uma estátua para relembrar.
O Clássico, podemos dizer que foi como tentar desenrolar uns 'phones' de fio do bolso. Muito complicado, tinha nós que nem chefes de escuteiros conseguiriam fazer. Os mais novos não sabem o que são essas dificuldades mas perguntem aos vossos pais.
O FC Porto esteve praticamente o jogo todo por cima do adversário mas o Benfica defendeu como podia e defendeu bem. Há quem diga que Luís Montenegro depois de ver a atuação da defesa encarnada começou a ponderar contratar José Mourinho para Ministro da Defesa.
Se no filme '300' o Mourinho fosse um dos Espartanos de Leónidas, os persas ainda estariam lá até hoje a tentar passar.
Não deu, o FC Porto tentou, pelo chão, pelo ar, só não tentaram por água porque não estava a chover, se não também teriam tentado. A bola não entrou.
O Benfica ia respirando de vez em quando, com uns rasgos, principalmente de Dedic e em alguns desses lances até poderia ter sido feliz, mas estava escrito, não sei se pelos deuses ou por algum comentador de terceira categoria como eu, que o dia de ontem não iria mudar nada no campeonato e não mudou.
Estão todos exatamente iguais mas com menos um jogo para fazer.
O FC Porto vê assim a sua senda de vitórias parar e o Benfica sai vivo de uma semana onde já lhe tinham feito o funeral e a missa de 7º dia.
Vem aí uma pausa para as Seleções é é tempo de ver se os nossos homens continuam a a trilhar da melhor forma o apuramento para o Mundial do próximo ano, assim o esperamos, só vitórias e nada de empates.
Viva o futebol!
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