O presidente da Federação de futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Manuel Lopes, afirmou esta quarta-feira que se for preciso fará "um pacto com o diabo" para que as seleções do país participem nas competições internacionais.
Em declarações à agência Lusa, à margem de um encontro de reflexão sobre o estado do futebol guineense, Manuel Lopes disse que "há muito" que a federação deixou de contar com os apoios financeiros do governo, mas, mesmo assim, disse que as seleções de diferentes escalões têm estado a competir.
Manuel Lopes deu como exemplo a deslocação, esta quarta-feira, da seleção dos sub-20 para o Gana, onde vai participar num torneio que junta 16 países da África Ocidental.
O presidente da federação afirmou que "certos políticos querem politizar" a instituição que dirige e por rejeitar aquela pretensão, em represália, passaram a "obstaculizar os trabalhos da Federação".
"Como tenho dito, se for necessário, farei pacto com o diabo para continuarmos a executar as nossas ações", defendeu Manuel Lopes, explicando que há situações em que os pedidos de apoios dirigidos ao governo desaparecem dos gabinetes dos ministérios.
Quando à posição do ministério do Desporto, que avisou que não irá permitir a participação de nenhuma federação desportiva do país nas competições internacionais sem o aval prévio, o presidente da FFGB disse que essa posição não vincula a instituição que dirige.
"Posso garantir que ninguém vai parar as atividades das seleções nacionais em todas as categorias, com ou sem o apoio do governo", sublinhou Manuel Lopes, que prometeu sempre informar o executivo das competições em que a Guiné-Bissau estará presente.
O responsável observou que a federação já tem vários parceiros e confirmou que a seleção principal irá jogar, brevemente, contra o Irão e o Iraque, e que no futuro próximo jogadores guineenses passarão a ser transferidos para o Dubai e Emirados Árabes Unidos.
Sobre o facto de alguns clubes contestarem a sua liderança, ao ponto de pedirem que se demita do cargo, o presidente da FFGB considerou tratar-se de "política e o facto de certos dirigentes" colocarem os interesses pessoais diante dos interesses do país, disse.
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