Mohammed bin Salman não se mostra nada preocupado com as acusações de sportswashing no seu país. O príncipe herdeiro da Arábia Saudita sublinhou que, se conseguir melhorar a imagem da Arábia Saudita a nível internacional através do desporto, não terá problemas em faze-lo.

"Se a lavagem de imagem incrementar o PIB da Arábia Saudita 1% que seja, então vou continuar a fazê-lo. Não me importa o que digam. Tenho um crescimento de 1% no PIB graças ao desporto, depois disso vou atrás do 1,5%. Podem dizer o que quiserem, vamos chegar a esses 1,5%", disse o líder do país, numa entrevista à 'Fox News'.

O último mercado de verão na Europa ficou marcado pela mudança de vários craques para o campeonato da Arábia Saudita, como foram os casos de Karim Benzema, Neymar, Kanté, Fabinho, Roberto Firmino, numa onda iniciada por Cristiano Ronaldo, quando em dezembro de 2022 anunciou a sua transferência para o Al Nassr.

Sportswashing: Quando o desporto é usado para esconder a realidade
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A Arábia Saudita criou um fundo soberano (PIF) e com ele adquiriu 80% do Newcastle, da Liga inglesa. O fundo ajudou os quatro principais clubes locais, o Al Nassr, o Al Hilal, o Al Ittihad e o Al Ahli a contratarem vários jogadores que atuavam na Europa, a troco de ordenados elevados.

Os investimentos no futebol não se ficam pelas contratações de craques. A Arábia Saudita quer também receber o Campeonato do Mundo em 2034. Além do futebol, o país tem investido nas modalidades, ao investir vários milhões de dólares na organização de provas de outras modalidades como o golfe, o ténis ou a Fórmula 1.

O jornal britânico 'The Guardian' escreve que o investimento total do PIF no mundo do desporto ascende aos 5,8 mil milhões de euros, desde 2021.

O 'sportswashing' é um termo que designa a prática de indivíduos, grupos, corporações, ou governos, de usar o desporto para construir uma imagem internacional positiva e desviar o foco dos abusos de direitos humanos.