A FIFA informou esta quinta-feira ter aberto um processo disciplinar a José Luís Rubiales, presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), na sequência dos incidentes ocorridos durante os festejos da Espanha após a conquista do Campeonato do Mundo de Futebol Feminino.
"O Comité Disciplinar da FIFA informou hoje Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol, que está vai abrir um processo disciplinar contra ele tendo como base os eventos ocorridos durante a final da Mundial Feminino, a 20 de agosto de 2023", pode ler-se na nota publicada no site da FIFA.
Segundo o organismo, o beijo do presidente da RFEF à jogadora e capitã de equipa, Jenni Hermoso podem, segundo o organismo que gere o futebol mundial, ser uma infração de artigos do código disciplinar.
"Os incidentes podem constituir a violação do artigo 13, parágrafo 1 e 2, do código disciplinar da FIFA", escreve a instituição.
Rubiales tem estado debaixo de ‘fogo’, criticado amplamente pelos mais diversos quadrantes, com várias vozes, até a partir do governo espanhol, a pedirem a sua demissão da RFEF, após o polémico gesto na final do Mundial feminino, conquistado pela Espanha.
Na celebração, o dirigente agarrou no rosto da avançada Jenni Hermoso e deu-lhe um beijo na boca, com a jogadora a dizer inicialmente não ter gostado e que foi apanhada de surpresa, depois a desvalorizar, em comunicado da RFEF e que um jornal espanhol diz ter sido forjado, e, mais recentemente, pediu, através do Sindicato, medidas exemplares contra o dirigente.
O assunto tem estado na ordem do dia e para sexta-feira está agendada também uma Assembleia Geral extraordinária da RFEF.
O gesto de Rubiales teve enorme repercussão e nas redes sociais surgiram outras imagens de crítica ao dirigente, que, um pouco antes, ainda na tribuna do estádio, se agarrou aos genitais a celebrar, a poucos metros da rainha Letizia e da filha.
O secretário de Estado do Desporto de Espanha, Victor Francos, especificou na quarta-feira que “ninguém pode defender o gesto de agarrar nos testículos” quando estava na tribuna em Sydney.
Na abertura hoje do inquérito, a FIFA não adiantou prazos de decisão, num caso que será analisado por três dos 16 membros da instância disciplinar, da qual fazem parte três mulheres, de Inglaterra, México e Tailândia.
“A FIFA reitera o seu compromisso inabalável de respeitar a integridade de todos os indivíduos e condena veementemente qualquer comportamento contrário”, acrescentou o organismo do futebol mundial.
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