O Benfica continua a sonhar com um segundo lugar que está difícil, mas ainda é possível.
Na visita à Choupana, os encarnados estiveram a perder e deram uma parte de avanço ao Nacional, mas o segundo tempo trouxe a reviravolta das águias.
Gonçalo Ramos mostrou que pode merecer a confiança de Jorge Jesus e apontou um 'bis' que carimbou a vitória encarnada na visita à Madeira.
O jogo: Uma parte de avanço
Com o segundo lugar já longe e o terceiro lugar garantido, Jorge Jesus mexeu e muito na equipa, com seis alterações face ao encontro da última jornada, frente ao FC Porto. Helton, Lucas Veríssimo, Otamendi, Weigl e Seferovic foram os únicos ‘sobreviventes’ no onze, que contou com a entrada de Gilberto, Nuno Tavares, Chiquinho, Pedrinho, Cervi e Waldschmidt.
Do outro lado, o Nacional apresentou-se apenas com uma alteração face ao empate frente ao Moreirense, com o regresso de Alhassan ao onze, depois de ter cumprido castigo na visita a Moreira de Cónegos.
Sob a pressão de se manter na luta pela permanência, o Nacional, lanterna vermelha do campeonato, não se amedrontou frente ao terceiro classificado da Primeira Liga e desde cedo mostrou ao que vinha, apostando em Riascos para criar desequilíbrios pela esquerda e fazer chegar a bola com perigo junto da grande área benfiquista.
O primeiro aviso surgiu aos 8 minutos, com o jogador colombiano a obrigar Hélton Leite a uma excelente intervenção. Contudo, o guardião das águias nada pode fazer no lance seguinte, quando após canto e depois de Riascos atirar ao ferro, Pedrão aparece no sítio certo para aproveitar a passividade das águias e encostar para o fundo das redes.
Mesmo em desvantagem, o Benfica mostrava-se com dificuldades em acordar, mostrando-se muito passivo e sem criar grande perigo à baliza de António Filipe.
No regresso aos balneários, o Nacional era o dono das melhores oportunidades da partida, frente a umas águias que não se estavam a encontrar e que tinham Helton Leite a evitar males maiores. O resultado ao intervalo acabava por saber a pouco aos madeirenses que poderiam facilmente ter chegado ao final do primeiro tempo com uma vantagem superior.
Face à má exibição da equipa, Jorge Jesus promoveu três alterações ao intervalo, com as saídas de Pedrinho, Chiquinho e Cervi para a entrada de Everton, Pizzi e Grimaldo.
Mesmo com as alterações nas águias, foi o Nacional a criar perigo logo a abrir, com Helton Leite a voar para evitar um autogolo de Otamendi aos 47 minutos.
Apesar do primeiro aviso, as mudanças pareceram fazer efeito nas águias, que tinham mais bola e mais velocidade, tendo acabado mesmo por chegar ao golo aos 50 minutos, com um tiro de fora de área. Contudo, o lance acabou por ser invalidado por falta de Lucas Veríssimo sobre Pedro Mendes no início da jogada.
Apesar do lance invalidado, o Benfica continuou a pressionar e Jorge Jesus lançou Darwin para reforçar o ataque encarnado.
O Benfica continuava a carregar, desequilibrando a equipa na defesa e permitindo ao Nacional sair no contragolpe, mas sem criar perigo.
Na última alteração permitida, ‘JJ’ voltou a colocar mais uma unidade no ataque, com a entrada de Gonçalo Ramos, aos 75 minutos.
A resposta do Benfica, demorou, mas foi curta: em oito minutos, o Benfica resolveu o jogo, com grande influência do jovem avançado que tinha entrado há momentos.
Aos 78 minutos, Everton entrou pela grande área pelo corredor esquerdo e cruzou para Seferovic que atirou para a baliza, mas viu o esférico desviar em Pedrão, a quem acabou por ser atribuído o autogolo.
Três minutos depois, Gonçalo Ramos assinou a reviravolta após passe de Darwin, uma jogada que repetiu aos 86, com o jovem avançado a voltar a bisar num jogo da I Liga e mostrando que merece mais oportunidades na equipa principal.
A exibição encarnada na segunda parte justifica a vitória encarnada na Choupana. Fica o amargo de boca para o Nacional que poderia ter chegado ao intervalo com um resultado mais confortável, mas que teve em Helton Leite uma barreira quase intransponível.
O momento: Minuto 81, golo de Gonçalo Ramos
O melhor: Gonçalo Ramos
O jovem avançado chegou, viu e venceu. Era a presença que o Benfica precisava no interior da área para finalizar da melhor forma as várias bolas que iam chegando à grande área. A combinação com Darwin valeu o 'bis' do 'menino'.
O pior: Mudanças na equipa
Jorge Jesus mexeu muito e a equipa ressentiu-se. Como o próprio admitiu, os jogadores que têm tido menos minutos não perceberam a ideia de jogo e acabaram por dar 45 minutos de avanço ao Nacional. Valeu a resposta no segundo tempo para evitar males maiores.
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Manuel Machado: "Depois do 2-1 o jogo não tem mais história"
Jorge Jesus: "Os jogadores que lancei não perceberam muito bem o que andavam ali a fazer"
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