
O Benfica levou a melhor perante o Santa Clara na 22.ª jornada da I Liga e conquistou três pontos fundamentais para as contas do campeonato. Assim, o clube da Luz está a dois pontos da liderança da tabela, já que o Sporting empatou frente ao Arouca.
Bruno Lage surpreendeu com várias novidades no onze titular e, mais tarde, na disposição tática. Numa autêntica revolução com seis mexidas comparativamente ao último jogo, destaque para as estreias surpresas de Dahl, Belotti e Bruma e a estreia anunciada de Leandro Santos. No lado dos açorianos, Vasco Matos apenas promoveu a entrada de Vinícius Lopes para o lugar de João Costa.
O treinador das águias entendeu que o duelo contra o Santa Clara era o ideal para testar uma nova fórmula, descansado elementos habituais e promovendo muitas estreias. Apesar de não ter sido um resultado seguro e folgado, a verdade é que os três pontos foram conquistados e há bons indicadores neste plano B, principalmente a nível defensivo. Ofensivamente, os problemas acentuaram-se com pouca fluidez no trio de ataque e pouco aproveitamento dos alas.
O Jogo: Mudanças, estreias e um golo com recurso ao plano A
Numa noite de novidades, os pupilos de Bruno Lage apresentaram-se num 3-4-3 com Carreras a ser o central no lado esquerdo e Dahl a assentar na ala.
As águias entraram com mais iniciativa, mas foi o Santa Clara a inaugurar a lista de lances perigosos. Tudo começou com uma escorregadela de Carreras, que viria a ser a primeira de muitas, e terminou com uma excelente intervenção de Trubin, que também não seria caso único.
As águias tentavam algumas explorações nos corredores, já que faltava criatividade e ligação de jogo no miolo. Bruma e Dahl foram os mais interventivos. Faltou aos encarnados a presença de um médio criativo, uma vez que Barreiro e Florentino foram estando mais recuados. Kokçu viria a fazer mais tarde esse papel, colmatando a falta de ligação interior.
No primeiro tempo, mais ocasiões de perigo com um falhanço escandaloso de Belotti e mais uma intervenção de ouro para o guarda-redes ucraniano. Ainda antes do intervalo, António Silva podia ter chegado à vantagem, mas teve pontaria a mais e acertou no ferro.
O Santa Clara foi-se preocupando em manter a muralha defensiva intacta e explorar saídas em contra ataque, que fizeram tremer os forasteiros e foram quase sempre bem conseguidas, exceto no momento de definição.
No segundo tempo, Bruno Lage percebeu que as escolhas iniciais não estavam a surtir efeito e recorreu a Kokçu para impor ligação e inspiração no meio campo. O turco cumpriu o seu papel e esteve na origem no golo de Bruma, o primeiro com a camisola das águias.
Na resposta ao golo, o Santa Clara optou por não comprometer a linha defensiva, mas não deixou de se chegar à frente e procurar o empate, principalmente por intermédio de Gabriel Silva no lado esquerdo. O Benfica foi dando algum espaço para remates e cruzamentos para a área, mas Trubin foi sempre imperial.
Até ao final do jogo, a formação lisboeta foi conseguindo gerir o resultado, melhorando com as entradas de Pavlidis e Akturkoglu.
O momento: expulsão de Sidney 'sentenciou' o encontro
Sidney Lima viu o segundo amarelo depois de uma falta sobre Pavlidis. O jogador do Santa Clara já tinha visto um primeiro cartão amarelo por protestos e com a acumulação e cartões deixou os açorianos reduzidos a 10 elementos, num lance um tanto ou pouco negligente por parte do defesa. O Santa Clara já tinha uma tarefa difícil em mãos com algumas tentativas em vão de chegar ao empate e com menos um jogador em campo, a tarefa tornou-se extremamente difícil. A partir desse momento, o Benfica só teve de gerir o resultado.
Melhor: Quem não tem Di María, caça com Bruma
O extremo português esteve pela primeira vez na equipa titular do Benfica e mostrou que a confiança depositada foi merecida. Bruma foi o mais ativo e esteve sempre inconformado, até que conseguiu colocar a bola no fundo das redes. Para além disso, foi notória a criatividade e velocidade impostas no jogo do Benfica, tendo estado onde Belotti nunca apareceu.
Pior: Pouca combinação ofensiva
O Benfica utilizou um novo sistema e teve outros jogadores que não os habituais em campo, demonstrando uma maior dificuldade em conseguir ter combinações ofensivas. Os jogadores da frente encarnada foram pouco ameaçadores e o jogo com os alas não foi fluido, tendo ficado muito por explorar com os corredores sempre muito verticais.
Reações
Vasco Matos lamenta falta de "definição" da equipa. Diogo Calila enaltece "espírito de grupo"
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