O Benfica saiu do D. Afonso Henriques com a sétima vitória na I Liga e manteve a invencibilidade na época. Os 3-1 foram o espelho da superioridade Encarnada, que chegou às 19 vitórias seguidas sobre os minhotos. Desde 2013 (final da Taça de Portugal com Rui Vitória ao leme contra… Jesus) que o Vitória não ganha ao Benfica.
Deu para Jorge Jesus poupar as principais unidades, já a pensar no duelo da próxima quarta-feira frente ao Barcelona na Luz, para a Champions. Yaremchuk (2) e João Mário traduziram em golos a qualidade ofensiva Encarnada, Bruno Duarte atenuou a derrota dos Conquistadores, de grande penalidade.
Sporting e FC Porto voltam a estar a quatro pontos do Benfica, líder da I Liga com 21 pontos.
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O Jogo: A defender assim…
Foram três mas podiam ter sido mais. A vitória do Benfica frente ao Vitória de Guimarães - a sétima em outros tantos jogos na I Liga - não sofre contestação e é um alerta para aquilo que os minhotos terão de enfrentar para o que resta da época. A equipa de Pepa até cria, consegue chegar à frente mas, quando tem de defender, é um 'Deus nos acuda'. Demasiados erros individuais.
Na análise ao jogo, Pepa disse que a equipa não tinha sido igual a si própria na primeira parte. A verdade é que foi o treinador que colocou o Alfa Semedo entre os centrais, com um bloco médio, médio-baixo, formando uma linha de cinco e deixando o meio-campo entregue apenas a André André e Tiago Silva. Dois médios bons com bola mas com dificuldades quando a equipa precisa de pressionar.
O Benfica jogou com muita à-vontade no último terço porque o Vitória nunca soube encontrar formas de travar o ataque Encarnado. A qualidade colocada pelos jogadores do Benfica em campo também explica o resultado, numa equipa cada vez mais eficaz no último terço.
Os laterais/alas Valentino Lázaro e Grimaldo davam profundidade e largura, Rafa entrava nas costas de Darwin e Yaremchuk, com João Mário mais perto. Com tanta gente por dentro, os centrais Lucas Veríssimo e Vertonghen encontraram sempre homens livres dentro do bloco vitoriano.
Rafa aparecia ali, arrastava marcações, recebia sem muita pressão e aproveitava os movimentos dos avançados para criar espaço. O próprio Grimaldo aventurou-se por terrenos interiores para descobrir os seus colegas, como fez no passe fantástico para Rafa nos primeiros minutos que só não levou mais perigo porque o extremo não conseguiu receber a bola.
Tirando referências aos cinco da defesa vitoriana, o Benfica encontrava sempre espaço e homens para receber porque os minhotos estavam muito centrados no homem da bola e não no espaço. No primeiro golo, Verthongen meteu a bola na zona onde estavam apenas, Grimaldo, Darwin e Yaremchuk, contra uma linha de cinco homens. O ucraniano só teve de receber em velocidade, dar alguns passos e picar sobre Trmal. A linha defensiva está descompensada, com Sakho mais atrás em relação aos centrais e Borevkovic com os apoios trocados.
No segundo golo do Benfica, é uma má decisão de Borevkovic, a perder a bola onde não podia e a deixar Rafa lançar Yaremchuk. Sakho saiu da sua posição, atraído pelo portador da bola e assim deixou o ucraniano sozinho, Mumin não avançou para colocar o o avançado em fora de jogo, nem atacou o espaço onde Rafa podia entrar. Demasiados erros individuais no mesmo lance.
O 3-0 nasce de nova perda de bola mas agora na zona ofensiva, com o Benfica a sair em contra-ataque, muito bem conduzido por Rafa antes de deixar no marcador João Mário, num lance de três para três. Excelente contra-ataque.
A tal melhoria de que Pepa falava na segunda parte aconteceu porque Jesus tirou as principais peças e os jogadores começaram a pensar no jogo de quarta-feira frente ao Barcelona. De resto, tirando o 3-1, de penálti, de Bruno Duarte, pouco se viu do Vitória a nível ofensivo. Odysseas teve uma noite tranquila, apesar de um ou outro calafrio. Estupiñan teve dois golos nos pés no primeiro tempo (bom, um foi de cabeça), Marcus Edwards podia ter reduzido no início do segundo tempo, mas não conseguiram marcar em jogada corrida.
Como disse anteriormente, a equipa até produz ofensivamente mas peca na finalização. E frente a uma equipa como o Benfica, não pode haver espaço para desperdícios.
Os vitorianos só venceram por uma vez esta época na I Liga e somaram o quarto jogo sem ganhar na prova, onde conseguiram apenas sete pontos em sete rondas.
Jorge Jesus igualou o melhor arranque do Benfica na Primeira Liga desde 1982/83, quando Sven-Göran Eriksson levou os Encarnados a alcançar sete triunfos seguidos. A formação da Luz passa a ter o melhor ataque (19 golos marcados) e a segunda defesa menos batida, com os mesmos quatro golos encaixados de FC Porto, Portimonense e Estoril.
Momento-chave: Borevkovic entrega o ouro ao bandido
O Vitória nunca se sentiu confortável no jogo e quando o Benfica fez o 2-0 aos 42 minutos, tudo ficou mais claro: muito dificilmente os Conquistadores iam conseguir algo do jogo. A jogada é o espelho do desnorte defensivo dos minhotos: perda de bola incompreensível de Borevkovic, a bola foi ter com Yaremchuk que tirou o guardiã do caminho e rematou. E como tudo corria mal ao Vitória, a bola bateu no pé de Mumin e encaminhou-se para o fundo das redes.
Os Melhores: Yaremchuk goleador, Rafa endiabrado
Yaremchuk conseguiu o primeiro bis com a camisola do Benfica e até podia ter marcado mais. Beneficia das constantes movimentações de Darwin, sempre a cair na direita, e da mobilidade de Rafa, que abre espaços e arrasta marcações para que o ucraniano possa aparecer.
Rafa não marcou mas esteve nos melhores momentos do Benfica. Apareceu muitas vezes entre os médios e os centrais do Vitória e foi daí que criou muito perigo, com e sem bola. Assistiu Yaremchuk para o 2-0, João Mário para o 3-0, e teve pormenores deliciosos.
Em 'noite não': Defesa do Vitória
Permitiu três golos mas podia ter encaixado mais, tantas foram as oportunidades criadas pelo Benfica. Os erros individuais com e sem bola, de posição, permitiram ao Benfica criar sem dificuldades. Pepa tem muito trabalho pela frente.
Reações: Pepa lamenta 1.ª parte, Jesus elogia qualidade Encarnada
Pepa diz que o jogo fica marcado pela 1.ª parte. Tiago Silva lamenta os muitos erros cometidos
Jesus elogia qualidade de jogo e explica discussão com Darwin, Yaremchuk feliz pelo bis
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