Consciente da situação, o líder do clube insular justificou a atitude, referindo que solicitou à administração fiscal «um encontro de contas», que foi recusado, acabando por originar o pagamento com o referido chegue sem provisão.
«É incompreensível que uma administração fiscal, sabendo das grandes dificuldades que os clubes estão a atravessar, não seja compreensiva. Por isso, posso afirmar que passei um cheque sem cobertura, por um montante de 130 mil euros, depois de ter solicitado um entendimento à Direção Regional de Finanças, para fazer uma compensação de dívida e de a mesma não ter sido aceite», lamentou o dirigente.
Carlos Pereira disse saber também que o seu nome pessoal está neste momento «a ficar vermelho» no Banco de Portugal e afirmou temer que a atual situação leve a que as pessoas se recusem a assumir cargos nas direções dos clubes.
«Sei que corro riscos de nível pessoal e neste momento o meu nome está a ficar a vermelho no Banco de Portugal, mas espero que o prejuizo seja reparado, porque, se as coisas continuam assim, a curto prazo haverá poucas pessoas disponíveis para desempenhar cargos nas direções dos clubes», observou o presidente do Marítimo.
O dirigente fez ainda mais críticas, afirmando que «há funcionários públicos que depois de terem desempenhado o papel de dirigentes, mudaram de cadeira e ao mesmo tempo alteraram o discurso».
Carlos Pereira assume que o Marítimo atravessa uma situação financeira «pouco confortável», o que tem originado «constantes atrasos nos salários ao futebol profissional», mas realçou a «compreensão» dos jogadores, «sem prejuizo no aspeto desportivo".
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