Vítor Pereira garante que os cabelos brancos são de família, “pois os pais começaram cedo a ter cabelos brancos” e não das nomeações de árbitros que estão a seu cargo desde há quatro anos, quando foi nomeado presidente da Comissão de Arbitragem da Liga.
“Nomear árbitros é uma das múltiplas tarefas da Comissão e, se calhar, das mais simples de executar”, assumiu, nomeando toda a logística e melhores condições tanto ao nível da formação como para o exercício da função como as mais complexas.
Apesar de considerar que “os cargos de dirigentes devem ser rotativos”, acredita, por um lado, que “quatro anos não chegam para efectivar mudanças estruturantes decisivas” junto de uma classe algo abandonada.
“Estou muito preocupado com o futuro da arbitragem em Portugal, que tem sido votada a grande letargia por parte de órgãos de tutela. É necessário ajustar o plano nacional de formação, criar uma escola nacional de arbitragem, repensar os cursos de formação e, por exemplo, criar um plano de detecção de talentos”, explicou.
Com as eleições para a Liga de Clubes e com Hermínio Loureiro a assumir publicamente que não se recandidata, Vítor Pereira sabe que a profissionalização dos árbitros vai depender de quem assuma o cargo.
“Não perspectivo o meu futuro. Se me perguntar se gostava de continuar o projecto-piloto da profissionalização, é evidente que a resposta só pode ser uma: sim. Este projecto vai tornar os nossos árbitros mais competentes e ainda mais credíveis. Mas estarei sempre dependente do pensamento dos futuros dirigentes da Liga ou da Federação”, frisou.
Vítor Pereira sublinha ainda que as regras de nomeações de árbitros são “redutoras”, “aprisionando a gestão e retirando a possibilidade de plano B”.
“Basta haver um jogo da Liga dos Campeões na terça-feira para condicionar as marcações para os jogos de segunda-feira, por exemplo”, sublinhou, garantindo que, tal como Portugal tem “dos melhores jogadores do Mundo, dos melhores treinadores do Mundo, também tem alguns dos melhores árbitros do Mundo”.
“Há pessoas que querem, à força, que a arbitragem portuguesa tenha má imagem”, rematou.
Quanto ao árbitro daquele que muitos consideram o jogo do título, entre Benfica e Sporting de Braga do próximo sábado, já está escolhido: “Mas isso é quase obrigatório porque os regulamentos assim o ditam”.
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