Este sábado, o Benfica recebe o Boavista, a partir das 21h15, no Estádio da Luz, em jogo a contar para a 30ª jornada do campeonato nacional, naquele que será o primeiro encontro dos encarnados sem Bruno Lage e sob o comando de Nélson Veríssimo. Fábio Veríssimo foi o árbitro escolhido para apitar a partida.
Num momento menos bom e com seis pontos de desvantagem em relação ao líder FC Porto, o Benfica espera conseguir os três pontos, num encontro em que tem a estatística do seu lado. Isto porque nos últimos cinco jogos frente ao Boavista no Estádio da Luz, o Benfica venceu quatro e empatou um.
Histórico de confrontos
O mais recente encontro entre Benfica e Boavista no Estádio da Luz aconteceu a 29 de janeiro do ano passado, em jogo a contar para a 19ª jornada do campeonato nacional da época 2018/2019. Nesse jogo, os encarnados venceram os axadrezados por 5-1. João Félix, Grimaldo, Seferovic ('bis') e Pizzi marcaram os golos da vitória. Talocha reduziu para o Boavista.
Antes disso, em fevereiro de 2018, o Benfica goleou os axadrezados, por 4-0, em jogo da 23ª jornada da temporada 2017/2018. Rúben Dias, Jardel, Nuno Henrique (autogolo) e Raúl Jiménez apontaram os tentos da equipa da casa, que não teve resposta do adversário.
O anterior encontro remonta à temporada 2016/2017 e terminou em empate. Na 17ª jornada, em janeiro, os dois emblemas empataram a três bolas. Mitroglou, Jonas e Fábio Espinho (autogolo) marcaram para o Benfica, enquanto Iuri Medeiros, Tagliapietra e Schembri fizeram os golos do Boavista.
Os dois embates mais antigos desta análise aconteceram em 2015. Em novembro, a contar para a época 2015/2016, o Benfica venceu por 2-0 com golos de Gonçalo Guedes e Mehdi Carcela. Já em janeiro do mesmo, os dois clubes enfrentaram-se para a já longínqua temporada de 2014/2015. O Benfica saiu vitorioso por 3-0 com golos de Lima, Maxi Pereira e Jonas.
Mais alargadamente, nos últimos dez jogos entre os dois, em ambos os redutos, o Benfica continua a sair por cima. Os encarnados somam sete vitórias, dois empates e uma derrota.
Guia de forma
O Benfica chega a este encontro com sérias dificuldades, que culminaram na saída do treinador Bruno Lage. Os encarnados ocupam atualmente o segundo lugar da tabela com 64 pontos, menos seis que o líder FC Porto, e numa altura em que faltam apenas cinco encontros para o final do campeonato nacional.
Desde a retoma da I Liga, o Benfica empatou dois encontros (Tondela e Portimonense), perdeu outros dois (Santa Clara e Marítimo) e apenas venceu contra o Rio Ave. Os encarnados têm urgência em voltar às vitórias, numa altura em que o terceiro classificado Sporting está a nove pontos de distância.
Do outro lado, o Boavista viaja para Lisboa no 8º lugar do campeonato nacional com 38 pontos, menos cinco que o Vitória de Guimarães, e com os mesmos que o 9º e 10º classificados, Moreirense e Santa Clara.
Desde o regresso do campeonato nacional, os axadrezados somam três vitórias (Sporting de Braga, Vitória de Setúbal e Santa Clara) e dois empates (Moreirense e FC Porto).
O que dizem os treinadores
O treinador interino do Benfica, Nelson Veríssimo, revelou na sexta-feira que, após a demissão de Bruno Lage, lhe pediram para preparar as quatro sessões de treino que antecederam o encontro de sábado, com o Boavista.
Logo a abrir a conferência de imprensa de lançamento da partida da frente aos ‘axadrezados’, o antigo adjunto de Bruno Lage vincou que apenas iria falar sobre o encontro, revelando que o foco da equipa técnica esteve no desafio da 30.ª jornada da I Liga de futebol, quando questionado sobre o que teria falado com Luís Filipe Vieira em relação ao seu futuro.
“Foi-nos pedido para preparar as sessões de treino até ao jogo com o Boavista e foi isso que aconteceu. Os jogadores tiveram um grande empenho, como foi apanágio também das sessões orientadas pelo ‘mister’ Bruno Lage, e o foco é esse, tentar dar uma boa resposta no jogo de amanhã [sábado]”, afirmou o novo técnico dos ‘encarnados’ sem desvendar mais detalhes.
O anterior ‘timoneiro’ da equipa, de resto, esteve sempre muito presente nas palavras de Veríssimo, que lembrou que o seu antigo chefe de equipa “tinha uma forma de trabalhar e ver o jogo” com a qual se identifica, que se trata de “um companheiro e amigo” e que a sua saída “teve um impacto forte nos jogadores”.
“Eles sentem que, fruto da sequência de resultados, o treinador acabou por sair por esse motivo. Sentem que era alguém de quem gostam e que podia continuar a liderar esta equipa técnica. Portanto [nos treinos após a saída de Bruno Lage] foi criar situações para que voltassem a ter alguma alegria na preparação do jogo”, relatou o treinador.
Sobre a série de resultados negativos que a equipa acumula, Nelson Veríssimo assumiu que se trata de “um ciclo que não é positivo” e que “a melhor forma de o quebrar é ganhar” o próximo jogo, até para manter a equipa na corrida pela revalidação do título de campeã nacional.
“O sentimento dos jogadores é que matematicamente ainda é possível. Temos cinco jogos e enquanto essa possibilidade estiver em aberto vamos lutar por ela, a começar já no jogo de amanhã [sábado], frente ao Boavista”, prometeu o treinador.
Além disso, o técnico assumiu responsabilidades nas debilidades defensivas evidenciadas pela equipa nos lances de bola parada nos últimos encontros, mas repartiu-as com “todos os elementos da equipa técnica que saíram e que ficaram”, referindo ainda que “não seria benéfico direcionar a análise só para essa situação”.
“Temos outros momentos do jogo em que também temos alguns problemas, mas também muito potencial noutros momentos. A análise deve ser global e não apenas dos lances de bola parada”, sublinhou.
Já relação à equipa que vai escalar para defrontar um adversário “aguerrido” e que “não faz muitos golos, mas também não sofre”, Veríssimo lembrou que “em quatro dias não há muito para mudar” e que dois jogadores que estavam castigados (Ruben Dias e Gabriel) “podem ser opção”, ao contrário de Taarabt, que “continua lesionado”.
Já o treinador do Boavista quer que a sua equipa enfrente o jogo com o Benfica, no sábado, para a 30.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, com "coragem e determinação" na busca do melhor resultado e, "se possível", da vitória.
Daniel Ramos anteviu esta sexta-feira, em conferência de imprensa, o encontro com os encarnados, e começou por dizer que não iria "tecer muitos comentários" sobre o Benfica, que perdeu os dois últimos jogo para o campeonato, em casa com o Santa Clara (3-4) e fora como Marítimo (2-0), e viu o treinador Bruno Lage sair.
"O Benfica está a passar por uma fase menos boa, mas não deixam de ser os mesmos jogadores que já deram grandes alegrias [aos seus adeptos]. O que é evidente para todos é um Benfica menos eficaz, porque continua a criar oportunidades, mas comete erros defensivos", analisou, todavia, o técnico axadrezado.
Daniel Ramos afirmou esperar que o Boavista seja "dinâmico, forte e a tentar ter o máximo de bola possível", apelando a "uma grande entrega ao jogo" para, deste modo, "dar continuidade a muito" ao que de bom a equipa obteve após a paragem competitiva forçada pela covid-19.
O técnico considerou que seria errado pensar numa "tarefa facilitada" devido à crise encarnada. "A competência e a qualidade estão lá, o que nos compete fazer é reduzirmos ao máximo as grandes qualidades do Benfica, tentarmos ser fortes, olharmos para os pontos fortes do Benfica e respondermos muito bem", argumentou.
"Se respondermos bem a esse nível poderemos estar muito mais próximos do resultado que queremos. Se não formos tão competentes fica bem mais difícil, porque do outro lado vai estar uma equipa a querer dar uma resposta também boa para fugir da situação em que se encontra. Portanto, de facilidades não estamos à espera", reforçou.
Daniel Ramos sustentou também que ir à Luz "com a ideia de que defender bem chega" tornará tudo mais complicado.
"A equipa tem de ter capacidade de provocar também o erro, ter bola, colocar o Benfica atrás e ir atras das suas ideias de jogo" e não investir só na segurança defensiva que a tem caracterizado, referiu.
O Boavista, prosseguiu, também tem de pôr em campo as suas armas ofensivas para poder "equilibrar a balança e tirar proveito disso", criando oportunidades de golo e "esperar que haja eficácia" para as materializar.
"Nestes jogos, a eficácia é muito importante", assinalou Daniel Ramos.
Quanto ao seu futuro, o impasse mantém-se. A este respeito, o técnico considera que já atingiu os três objetivos que a direção lhe pediu quando o contratou para substituir Lito Vidigal.
O primeiro objetivo era "a manutenção, se possível de forma segura", a valorização de jogadores, o que foi também alcançado, pois "dois jogadores já deram retorno financeiro [Rafael Costa e Neris]", e uma equipa a defender bem, “o que já vinha de trás com o Lito Vidigal”, e melhor a nível ofensivo.
"Isto foi muito bem conseguido. Depois disto ficámos de falar e falar não é forçar, porque abdiquei de um ano de contrato com o clube quando para cá vim, porque a proposta era de um ano e meio, fui correto e disse que no final [da época] falávamos porque só me interessa continuar se for do agrado de ambas as pares. É dessa reunião que estou à espera e nada mais do que isso", explicou.
Daniel Ramos comentou ainda as notícias que dão Helton Leite como estando a caminho do Benfica. "É um guarda-redes de qualidade mundial. Pode ir para qualquer clube", considerou.
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