O FC Porto fechou as contas para a temporada de 23/24, com um resultado negativo de 21,063 milhões de euros, segundo o relatório de contas enviado esta quinta-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Os azuis e brancos apresentam números negativos, depois dos resultados positivos de 35 milhões de euros apresentados pela direção anterior liderada por Pinto da Costa, em 31 de dezembro de 2023, contas relativas ao primeiro semestre.
André Villas-Boas, no relatório, relembra que este ciclo ainda é da responsabilidade da "anterior administração", e que o atual CA "apenas tomou posse a 28 de maio de 2024".
Segunda época consecutiva em que SAD do FC Porto apresenta resultados negativos. Em 22/23, o prejuízo foi de 47,627 milhões de euros, depois de em 2020/21 (19,3 ME) e em 2021/22 (20,765 ME) terem sido divulgadas contas positivas.
Este é o exercício compreendido entre 1 de julho de 2023 e 30 de junho deste ano, portanto o último da responsabilidade, na sua maioria, da anterior administração de Pinto da Costa e parcialmente já da equipa de gestão de André Villas-Boas, a partir de 28 de maio. A segunda metade de 2023/2024 envolveu parcialmente a anterior e a nova administração, na sequência das eleições no FC Porto, em finais de abril, que ditaram a saída da presidência de Pinto da Costa e a entrada em funções de André Villas-Boas, então vencedor do sufrágio eleitoral.
De recordar que os outros grandes do futebol português (Sporting e Benfica), já tinham anunciado os respetivos valores. No caso da sociedade leonina os números foram positivos (12,1 milhões de euros), enquanto no que se refere às águias as contas resultaram num prejuízo de 31 milhões de euros.
-- Os Resultados operacionais excluindo resultados com passes de jogadores foram negativos em 1.966 M€, verificando-se um ligeiro agravamento face ao exercício homólogo, em que foram praticamente nulos. Tanto os proveitos como os custos operacionais, excluindo passes de jogadores, cresceram no período em análise.
-- Os Custos operacionais, excluindo custos com passes, aumentaram 10.419 M€, apesar da diminuição em 5.985 M€ dos custos com pessoal, pelo facto de o período homólogo ter incluído a atribuição de um prémio de acesso à UEFA Champions League 2022/2023, na qualidade de campeões nacionais. Este acréscimo deriva principalmente da contabilização da multa da UEFA, provisões e perdas por imparidade.
-- Os resultados relacionados com passes de jogadores atingiram os 9.200 M€, o que contrasta com os 24.148 M€ negativos obtidos em 2022/2023. Os custos associados às Amortizações e perdas por imparidade com passes diminuíram 5.751 M€ e os resultados com cedência de passes de jogadores cresceram 27.597m€, tendo contribuído com 41.578 M€ para o resultado.
-- Os Resultados operacionais foram positivos, em 7.234 M€, o que representa um acréscimo considerável relativamente aos alcançados em 2022/2023, que foram negativos em 24.187 M€.
-- O capital próprio atinge, em 30 de junho de 2024, o valor de 113.761 M€negativos, o que compara com 175.980 M€ negativos em 30 de junho de 2023.
-- O Ativo, no montante de 407.113 M€, reflete um aumento global de 50.821 M€ face a 30 de junho de 2023, principalmente devido ao incremento nos ativos fixos tangíveis, especialmente justificado pelo registo da reavaliação acima referida.
-- O Passivo, mesmo tendo em consideração o impacto da contabilização do imposto diferido referente à reavaliação do Estádio acima referido, diminuiu 11.397 M€ no período em análise, passando de 532,272.066 euros para 520.874.616 euros.
Verificou-se uma diminuição do valor global dos empréstimos em 56.012 M€, o que representa, face a 30 de junho de 2023, uma redução de 18 por cento do passivo remunerado do Grupo.
-- O merchandising, que tem como principal fornecedor a New Balance, tem exibido um crescimento sustentável ao longo dos anos e no período em análise torna-se bem evidente, contribuindo com 10.964 M€ para os proveitos totais, apresentando assim um crescimento de 21 por cento.
-- As receitas de bilheteira, que englobam a comercialização dos Lugares Anuais e os bilhetes vendidos jogo a jogo, subiram 1.054 M€ relativamente ao período homólogo (10 por cento). Apesar dos resultados desportivos menos conseguidos no campeonato nacional, os adeptos nunca abandonaram a equipa, tendo a receita dos bilhetes jogo a jogo aumentado face a 2022/2023. Nas competições europeias o crescimento foi ainda mais expressivo (+ 11 por cento), sendo que o jogo com o Arsenal para os oitavos de final da UEFA Champions League teve a maior receita de sempre até então verificada num montante de 1.481 M€.
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