"Desproporcional". É assim que o relatório da Auditoria Forense ao FC Porto descreve o montante gasto em comissão pela contratação de Eric Pimentel. O central brasileiro chegou aos dragões em junho de 2023 proveniente do Vasco da Gama do Brasil para jogar no FC Porto B.

Para a sua contratação, a SAD do FC Porto pagou um milhão de euros só em comissão, para um jogador que estava avaliado em apenas... 125 mil euros aquando da contratação.

Em duas épocas, Eric Pimentel fez três jogos pela equipa B dos azuis e brancos na época passada. Esta época não tem qualquer minuto somado.

Entre os jogadores que chegaram a custo zero ao FC Porto, destaque para os dois milhões de euros pagos em comissões na chegada de Maxi Pereira, para os 800 mil euros na contratação de Alberto Bueno. Daniel Opare (500 mil) e Osvaldo (500 mil) fecham o top-5 de comissões mais altas pagas em contratação de jogadores a custo zero.

A Auditoria Forense revelou que o FC Porto perdeu 50 milhões de euros (ME) em comissões acima dos referenciais da FIFA ou dos padrões de mercado associadas a transferências de futebolistas na última década.

Na análise feita pela consultora Deloitte às 879 transações dos ‘dragões’ nas 10 épocas anteriores, entre 2014/15 e 2023/24, foi contabilizado um montante total de 158 ME em comissões acordadas, havendo maior contribuição das saídas (46%), entradas (37%) e renovações (16%), contra uma representação ínfima dos empréstimos e das rescisões.

A existência de 27% de saídas e 61% de entradas com valores de comissões acima dos referenciais levou a 38,4 ME de comissões em excesso, enquanto 95% das renovações analisadas superaram o limite de 3% do salário bruto, totalizando 11,5 ME de excessos.

O documento com as sínteses das conclusões da auditoria diz ainda que metade das comissões (80 ME) foram atribuídas a apenas oito agentes, com 35% concentrado nos três principais intermediários - a Gestifute, de Jorge Mendes, a PP Sports e a N1 Carreiras Desportivas, ambas de Pedro Pinho, e a Bertolucci Assessoria.