A edição desta sexta-feira do jornal portuense Jornal de Notícias revela mais alguns dados sobre o perfil de Rui Pinto, o pirata informático natural de Gaia que alegadamente terá roubado correspondência electrónica dos principais clubes de futebol e que deu início a um terramoto judicial sem precedentes contra o Benfica através da divulgação de e-mails no Porto Canal por intermédio de Francisco J. Marques.
O referido diário do Porto falou com o pai do único suspeito de ter roubado milhares de e-mails do Benfica. Francisco Gonçalves assume que o filho está no estrangeiro e que "se viesse cá, era preso" por causa do conhecido caso 'Football Leaks' que em 2016 divulgou segredos contratuais de FC Porto, Sporting, Benfica e outros clubes europeus.
Francisco Gonçalves não acredita que tenha sido Rui Pinto o autor dos alegados crimes informáticos uma vez que os seus conhecimentos de informática não são assim tão profundos como tem sido veiculado. O alegado pirata informático é licenciado em História na Faculdade de Letras da Universidade do Porto e sempre desenvolveu o interesse pela área informática paralelamente ao gosto pela História e arqueologia.
"Duvido muito que ele tenha conhecimentos informáticos para fazer o que o acusam. Não é assim tão perito quanto isso. Emigrou há alguns anos. Acho que está a trabalhar como free-lancer em informática", afirmou Francisco Gonçalves, pai de Rui Pinto, ao JN.
"Desde o caso do Football Leaks que não pára no mesmo sítio, porque nessa altura a PJ disse-me que se ele viesse a Portugal era preso. Tem medo de regressar", acrescentou o progenitor de Rui Pinto ao referido diário.
Adepto confesso do FC Porto, Rui Pinto começou a ser investigado pelas autoridades em 2016 como possível mentor do portal 'Football Leaks' depois das queixas apresentadas pelo Sporting e pelo fundo de investimento Doyen, que financia passes de jogadores e treinadores.
A esta queixa de Sporting e Doyen juntou-se a queixa de violação de correspondência do Benfica na sequência da divulgação dos e-mails tornados públicos por Francisco José Marques, diretor de comunicação e informação do FC Porto.
De acordo com a informação veiculada pelo JN, o método usado para violar os sistemas informáticos de Sporting, FC Porto e Doyen, em 2015, foram os mesmos que permitiram o roubo de correspondência electrónica do Benfica.
Perante estes dados, o Ministério Público decidiu juntar todos os inquéritos de violação de correspondência de clubes de futebol uma vez que os indícios apontavam para Rui Pinto como o principal autor destes crimes informáticos.
Segundo escreve o JN, a Polícia Judiciária já tinha bastante informação sobre Rui Pinto, uma vez que o alegado pirata informático era suspeito de em 2015 ter tentado extorquir a Doyen com um pedido de resgate de 500 mil euros a 1 milhão de euros para parar com a divulgação de contratos no Football Leaks.
Certo é que ninguém sabe do paradeiro de Rui Pinto. O pai Francisco Gonçalves admite que tem contacto com o filho, mas com alguns cuidados.
"A última vez que falei com ele estava na Eslováquia, mas antes esteve em Itália ou na Grécia", revelou Francisco Gonçalves.
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