O treinador do Belenenses afirmou hoje que o encontro com o Benfica, relativo à 29.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, será disputado "entre forças desiguais", mas frisou que "numa batalha, nem sempre ganha o mais poderoso".
Jorge Simão, que fazia a antevisão da partida de sábado, garantiu que o triunfo convincente dos ‘encarnados' diante da Académica (5-1), na última ronda, não o deixou preocupado, mas admitiu que o Belenenses vai enfrentar muitas dificuldades.
"Não aumentou o nosso nível de preocupação. Toda a gente sabe qual a força do Benfica. Além dos três pontos que estarão em disputa, será uma luta entre forças desiguais, mas preparámo-nos sabendo disso", afirmou, em conferência de imprensa.
Apesar dessas "forças desiguais", aliadas a um Estádio do Restelo que se prevê maioritariamente composto por adeptos benfiquistas, o técnico dos ‘azuis' fez questão de referir que "nem sempre" ganha o mais forte.
"A história, não só do futebol, tem provado que, em batalhas com forças desiguais, nem sempre ganha o exército mais poderoso. Esperemos que amanhã [sábado] aconteça isso", salientou, considerando que o Belenenses terá de estar atento "aos pontos fortes do Benfica", nomeadamente "aos dois pontas de lança, ao jogo interior dos extremos e às bolas paradas".
Rui Fonte, que se encontra emprestado pelo Benfica ao Belenenses, ficou fora dos convocados para a partida, mas Jorge Simão garantiu que não houve qualquer acordo entre os dois clubes e que a ausência do jogador foi uma decisão do próprio treinador, de forma a protegê-lo.
"O Rui Fonte é jogador do Benfica e tem mais três de contrato com o Benfica. O Benfica paga uma parte substancial do vencimento do Rui Fonte. Para mim, não faz sentido que um jogador que tem contrato com o Benfica, jogue contra a sua entidade patronal. É uma questão de verdade desportiva e de defesa do profissional", defendeu.
De resto, o técnico foi mais longe na análise a este caso: "Se ele jogasse, fizesse um golo ao Benfica e nós ganhássemos 1-0, como seria a vida do Rui Fonte nos três próximos anos? Se ele jogasse, marcasse um autogolo e nós perdêssemos o jogo 1-0, o que se diria do Rui Fonte nas semanas seguintes? Já que há um vazio na legislação, faz todo o sentido que o jogador não seja utilizado."
Por seu lado, o médio Carlos Martins confessou que será "especial" defrontar o seu anterior clube, do qual saiu em setembro do ano passado, para reforçar o Belenenses.
"Tive o prazer de estar no Benfica e de ter conquistado títulos. Deixei lá amigos, mas, quando começar o jogo, cada um vai defender o seu clube. Vai ser um jogo bastante difícil para nós. Sabemos que o Benfica tem de ganhar, para continuar na luta pelo título", afirmou.
Embora tenha manifestado "mágoa" pela forma como saiu da Luz, o jogador, de 32 anos, revelou que não guarda "rancor" ao treinador Jorge Jesus, que deixou de o utilizar, na sequência da expulsão no jogo com o Estoril-Praia, no final da época 2012/13.
"Tento levar as coisas positivas que tive naquele clube. Por mais mágoa com que tenha saído de lá, é passado, não guardo rancor a ninguém. Cada um toma as suas decisões. Não tenho de provar nada a ninguém, exceto ao meu treinador, aos meus companheiros e ao meu clube", referiu.
Belenenses, sexto classificado com 42 pontos, e Benfica, líder com 71, jogam no sábado, a partir das 18:00, no Estádio do Restelo, em Lisboa, numa partida que será dirigida pelo árbitro Rui Costa, do Porto.
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