O presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) Carlos Deus Pereira disse hoje que a anulação das eleições no organismo foi uma "decisão política".
"Esta era uma decisão que já estava decidida. Foi uma decisão política. No entanto, do ponto de vista do Direito ainda quero perceber como está fundamentada", reagiu Carlos Deus Pereira, à decisão do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anular o ato eleitoral de 11 de junho, que reelegeu Mário Figueiredo para a presidência da LFPF.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Deus Pereira considerou "grave" a consideração de que a "atuação do presidente da Mesa da AG merece a crítica de não cumprir, de forma censurável, as normas do Regulamento Geral da Liga que tinha por dever cumprir e fazer cumprir", no acórdão do CJ, que deferiu parcialmente por unanimidade o recurso apresentado por Vitória de Guimarães e Estoril-Praia.
"Vamos ver com que fundamento está dito isso. As minhas decisões podem ser discutidas, como quase toda a matéria de direito, mas, na minha opinião, não têm mácula", sublinhou Carlos Deus Pereira, assumindo aguardar a notificação da decisão por parte do CJ da FPF.
Perante a "abertura de um inquérito no sentido de determinar a existência de eventual responsabilidade disciplinar do presidente e da vice-presidente da Mesa da AG, na condução do processo eleitoral e na condução da assembleia eleitoral e na elaboração da ata final da mesma", Carlos Deus Pereira assegurou estar de "consciência absolutamente tranquila".
"Se há alguém no futebol que não tem rabos de palha sou eu", sublinhou o presidente do órgão da LPFP responsável pelo ato eleitoral de 11 de junho, reiterando "assumir e defender" as suas decisões.
Confrontado com a referência à omissão de "atos relevantes da mesma AG na ata que presumivelmente elaborou e subscreveu", Carlos Deus Pereira recordou a instabilidade ocorrida na AG eleitoral.
"Na ocasião foi necessária a intervenção policial, dado o comportamento de alguns associados. Mas, toda a AG foi gravada, como todos os atos das AG que eu presidi. Foram gravadas e guardadas num cofre para que não haja dúvidas do que se disse e fez. O que surge relatado nas atas, apesar de não ter sido eu o relator, sobre o que se disse e o que se fez, eu assumo na plenitude", concluiu.
O CJ da FPF deliberou hoje a anulação das eleições da LPFP de 11 de junho, considerando como admitida a candidatura de Fernando Seara, ex-presidente da Câmara Municipal de Sintra e atual vereador do Município de Lisboa, e que a lista apresentada por Mário Figueiredo detinha "vícios formais", salvaguardando que poderia ser admitida caso os mesmos fossem "sanados".
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