A transferência do futebolista internacional português Otávio para os sauditas do Al Nassr no verão passado gerou uma mais-valia recorde de 39,6 milhões de euros (ME) à FC Porto SAD, comunicaram hoje os vice-campeões nacionais.
Contratado pelo clube orientado pelo compatriota Luís Castro, e que conta com Cristiano Ronaldo no plantel, o médio, de 29 anos, tornou-se a venda mais elevada da história dos ‘azuis e brancos’, ao sair pelos 60 ME correspondentes à respetiva cláusula de rescisão.
Com a dedução do valor líquido contabilístico do passe à data da alienação, de encargos com o mecanismo de solidariedade, da proporção do valor de venda do passe detida por terceiros e do valor da atualização financeira, o FC Porto gerou mais-valias de 39,6 ME.
Esse passou mesmo a ser o negócio mais lucrativo de sempre dos ‘dragões’, ao bater os 35,476 ME associados à transferência do médio Vitinha internacional português para o bicampeão francês Paris Saint-Germain, que foi fechada por 41,4 ME no verão de 2022.
A FC Porto SAD atingiu quase 41 ME em mais-valias pela alienação de passes durante o primeiro semestre do exercício 2023/24, englobando os 39,6 ME gerados por Otávio e os 800.667 euros pela saída de Tomás Esteves para o Pisa, do escalão secundário italiano.
O relatório e contas consolidado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) detalha igualmente que os ‘azuis e brancos’ investiram 34,962 ME na aquisição de futebolistas e 2,397 ME com encargos adicionais, de 01 de julho até 31 de dezembro.
O Famalicão embolsou 10 ME pela alienação de 90% dos direitos económicos do médio Iván Jaime, enquanto os passes dos centrocampistas Alan Varela (ex-Boca Juniors, oito ME) e Nico González (ex-FC Barcelona, 8,4 ME) ou do avançado Fran Navarro (ex-Gil Vicente, sete ME) - que está cedido ao Olympiacos - são detidos a 100% pelo FC Porto.
As contratações de Alan Varela e Nico González implicaram encargos adicionais de 1,2 ME e 1,1 ME, respetivamente, que podem englobar serviços de intermediação, serviços legais e prémios de assinatura, entre outros custos pela compra de direitos económicos.
A administração liderada por Pinto da Costa gastou também 1,5 ME para ficar com mais 35% do guarda-redes Samuel Portugal, que tinha chegado oriundo do Portimonense em 2022/23 e custou 2,5 ME por 55% do passe, mas ainda não se estreou pelos ‘dragões’.
Já os custos com pessoal da SAD foram de 43,1 ME, diminuindo 7,9 ME face à primeira metade do último exercício, com destaque para as remunerações dos órgãos sociais da administração (de 2,966 ME para 1,365 ME) e do plantel (de 34,91 ME para 30,067 ME).
Em 19 de fevereiro, a FC Porto SAD já tinha comunicado ao mercado a obtenção de um resultado líquido consolidado positivo de 45,285 ME no primeiro semestre de 2023/24, contra os prejuízos de 9,891 ME registados no período homólogo da temporada anterior.
“Optámos por procurar salvaguardar ao máximo a competitividade desportiva - o que nos permitiu ultrapassar com brilho a fase de grupos da Liga dos Campeões - e por protelar a realização de mais-valias para uma fase mais favorável. O resultado está à vista. A SAD não passou para uma situação financeira de desafogo de um momento para o outro, mas deu um passo importante na direção do equilíbrio e da sustentabilidade. Sem euforias, os sócios e todos os acionistas podem ficar tranquilos por estarmos no bom caminho”, frisou Pinto da Costa, numa mensagem publicada no relatório e contas semestral consolidado.
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