As buscas hoje realizadas à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) resultaram, até ao momento, na constituição de dois arguidos, um empresário e um ex-secretário geral da FPF, disse à Lusa fonte da Polícia Judiciária (PJ).

As buscas estão relacionadas com a venda da antiga sede da FPF, em 2018, na rua Alexandre Herculano, em Lisboa, por mais de 11 milhões de euros, adiantou a PJ em comunicado.

Em causa estão suspeitas dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio e fraude fiscal, confirmou esta polícia.

Também em comunicado, a PJ avançou que, durante a investigação, “foram identificadas um conjunto de situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda” do edifício em questão.

Durante o dia de hoje foram cumpridos 20 mandados de busca em casas, uma instituição bancária e sociedades de advogados localizados nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

A investigação, que teve início em 2021, está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa e vai continuar “com a análise à prova agora recolhida e com os competentes exames e perícias”.

De acordo com o despacho a que a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público deu autorização para a apreensão de informação relevante que pudesse constar em computadores, telemóveis e outros suportes informáticos.

As diligências foram executadas por 65 inspetores e 15 especialistas de polícia científica da PJ, contando ainda com a participação de cinco juízes de instrução criminal, seis magistrados do Ministério Público e quatro representantes da Ordem dos Advogados.

O edifício da sede da Federação Portuguesa de Futebol foi vendido em 2018, altura em que Fernando Gomes era presidente da FPF, cargo que deixou em fevereiro deste ano, sendo sucedido por Pedro Proença, e toma hoje posse como presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).