O advogado João Medeiros, um dos alvos de Rui Pinto no processo Football Leaks, disse hoje que os 15 mil euros de indemnização que lhe foram atribuídos pelo tribunal vão ser doados ao Instituto Português de Oncologia (IPO).
Após ser conhecida a decisão do coletivo de juízes no Juízo Central Criminal de Lisboa, que condenou o criador do Football Leaks a uma pena suspensa de quatro anos de prisão (além de dois anos de pena suspensa para o coarguido Aníbal Pinto), o advogado - que viu a sua caixa de correio eletrónica ser totalmente divulgada no blogue Mercado de Benfica através da ação de Rui Pinto – referiu que não era o dinheiro que estava em causa na situação pela qual passou.
“A indemnização… para aquilo que eu passei não há dinheiro que estivesse em causa. Gostaria de deixar bem claro, e isso consta do pedido de indemnização, que qualquer quantia que eu receba será a favor da ala pediátrica do IPO e não a meu favor. Não quero qualquer dinheiro deste senhor”, disse aos jornalistas.
João Medeiros disse também não ficar satisfeito “com o mal dos outros”, mas lembrou que “as pessoas têm de responder pelos seus atos” e enalteceu o tribunal por ter refletido isso nas consequências penais para os atos de Rui Pinto. Por outro lado, explicou que ainda vai ter de analisar o acórdão e o perdão de alguns crimes pela lei da amnistia aprovada no âmbito da Jornada Mundial da Juventude.
“Justiça? Isso é muito relativo. Há algumas questões técnicas que tenho de ver com o meu advogado, o Dr. Tiago Rodrigues Bastos, designadamente as respeitantes ao facto de a alguns crimes ter sido retirada a agravação. Se isso não acontecesse, a consequência teria sido diferente, porque não poderiam beneficiar da lei da amnistia. Com tempo conversaremos, não é para agora”, resumiu.
Rui Pinto foi hoje condenado a uma pena única de quatro anos de prisão, suspensa na execução. O tribunal considerou o criador do Football Leaks culpado dos crimes de tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, de três crimes de violação de correspondência agravado aos advogados João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa e cinco de acesso ilegítimo a Doyen, Sporting, Federação Portuguesa de Futebol, sociedade de advogados PLMJ e Procuradoria-Geral da República.
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