Um relatório publicado na passada terça-feira no Reino Unido avança que é importante um estudo internacional coordenado para fortalecer a compreensão do vínculo entre as concussões cerebrais dos atletas e o desenvolvimento de demência.
O estudo elaborado pela 'Alzheimer Research Trust' e a 'Health Policy Partnership' foi realizado depois da decisão de ex-jogadores de râguebi denunciarem a World Rugby e as federações inglesa e galesa por falharem na hora de protegê-los de lesões neurológicas crónicas.
Entre os cerca de 200 denunciantes estão o ex-capitão galês Ryan Jones e o 'hooker' inglês Steve Thompson, campeão mundial em 2003, assim como muitos ex-atletas diagnosticados com demência precoce e que sofreram outros danos neurológicos irreversíveis.
Vários estudos demonstraram uma relação entre as concussões cerebrais e um maior risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, assim como o fato de os ex-atletas profissionais terem mais probabilidades de se exporem a tais patologias.
Estudos anteriores realizadas por Willie Stewart, um especialista em neuropatologia de Glasgow, mostraram que os ex-jogadores de futebol profissionais têm 3,5 vezes mais probabilidades de morrer de doenças neurodegenerativas do que a população em geral.
O novo relatório da 'Alzheimer's Research Trust' e da 'Health Policy Partnership' explica que é necessária a criação de um consórcio internacional de investigadores e órgãos de financiamento para compreender melhor estes vínculos.
"Existem muitas limitações nos estudos existentes que dificultam a comparação dos dados para se chegar a conclusões gerais", afirma o estudo, chamado 'Demência e desporto: prioridades de investigação para o futuro'.
"Os estudos muitas vezes não são comparáveis, com diferenças nas metodologias e definições utilizadas para as principais medidas. Os métodos de avaliação e a duração dos acompanhamentos também variam amplamente", acrescenta o estudo.
O relatório recomenda estabelecer estudos a longo prazo e que vão além dos atletas homens para cobrir os fatores de risco em outros grupos, incluindo crianças, adolescentes e mulheres.
A 'Alzheimer's Research UK' investirá 500 mil libras (592 mil euros) para desenvolver as pesquisas identificadas como prioritárias no relatório.
A apresentadora de desporto Hayley McQueen, filha do ex-central da seleção da Escócia e do Manchester United Gordon McQueen, que vive com demência vascular, recebeu com satisfação a publicação do relatório.
"Por ter testemunhado em primeira mão a devastação que a demência causa às pessoas, às suas famílias e amigos, é hora de se unir e trabalhar em união para conseguir uma melhor compreensão e que seja possível atuar com exatidão", declarou Hayley.
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