Joana Ramos vai fazer a estreia em Jogos Olímpicos no domingo e é a primeira judoca portuguesa a entrar em ação em Londres, prometendo que vai tentar superar-se depois de 12 anos a trabalhar a prova da sua vida.
«Sinto-me na melhor forma, sinto que trabalhei 12 anos para isto. É a tão esperada competição. Fiz mínimos para Atenas, mas acabei por não ir. Em Pequim não consegui o apuramento. Até que enfim, estou aqui e posso lutar com as melhores. O objetivo era chegar e foi isso que me impulsionou sempre. Tive várias lesões, períodos menos bons, mas sempre continuei, sempre fui persistente. A minha teimosia levou-me ao meu sonho», afirmou Joana Ramos.
Aos 30 anos, a judoca do Sporting confia num bom resultado na categoria de -52 kg, porque nos últimos quatro anos tem feito «boas provas a nível mundial» e alcançou «algumas medalhas que faltavam» no currículo.
Com vitórias sobre algumas judocas do top-5 mundial, do qual já fez parte antes de uma lesão sofrida em 2011, diz que «tudo pode acontecer», mas não estabelece metas.
«Posso falar em números concretos. Fiquei em sétimo no Mundial de 2010 e em quinto em 2011. Os Jogos são a prova da minha vida, a prova com que sempre sonhei e para a qual trabalhei sempre. Espero conseguir estar à altura dos outros resultados e, nestes Jogos, com tanta preparação, de uma forma tão focada, espero mesmo conseguir superar-me», disse a atleta de Coimbra.
Olhando para o sorteio, Joana Ramos diz que é preciso «ter os pés assentes na terra», porque, se vencer o primeiro combate, o mais provável é encontrar na terceira ronda a japonesa Misato Nakamura, atual campeã do Mundo e medalha de bronze em Pequim2008, algo que não a faz tremer.
«É sobre ela que recaem as maiores expetativas para o ouro olímpico. Como é evidente, é a adversária que eu não quero apanhar. Mas treinei para a estar à altura de qualquer desafio. Eu trabalho para isso [medalhas]. Há cinco combates, temos de ir passo a passo. Temos de ganhar o primeiro. Eu não posso dizer que vou chegar à medalha olímpica. Aliás, o primeiro combate começa às 6h30 da manhã, com a pesagem. Se não tiver 52 quilos não ganho a ninguém», disse Joana Ramos.
Sobre a expetativa que recai no judo, especialmente em Telma Monteiro, candidata ao ouro em -57 kg, Joana Ramos sente que «a pressão que pode haver é externa, nomeadamente dos media, e do publico em geral», porque «é expetável que uma atleta que ganha Masters e medalhas mundiais não falhe».
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