Os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista, campeões do mundo de K2 500 metros, estão apostados em fazer história olímpica para Portugal, cientes de que atingir o pódio é algo que constrói “passo a passo”, sem saltar etapas.
“As expectativas são altas, vamos como campeões do mundo e não há como fugir a isso. Vamos, passo a passo. Pensar nas eliminatórias e nas semifinais, o mais importante. Focados nos pequenos grandes passos, pois, na final, tudo é possível”, disse João Ribeiro.
À partida para Paris, Messias Baptista assumiu que a pressão do título mundial “é um privilégio” para a dupla, que não tem “medo nenhum” do estatuto, competindo sempre focada no que ambos têm de fazer, desfrutando do momento.
“É gerir emoções. Trabalhámos o ano inteiro a parte física e a mental, que nos ajuda a focar apenas na nossa prova. É o que vai fazer a diferença quando estão oito barcos [na final] a acabar no mesmo segundo. Vão ser as décimas, as milésimas que vão fazer a diferença”, sublinhou.
Precisamente para otimizar as mínimas nesgas de tempo que ditam ficar no pódio ou fora dele, Messias Baptista tem reforçado a disciplina, em todas as áreas, um aperfeiçoamento de atitude justificada com a ambição de fazer história em Paris.
“Ser atleta olímpico tem destas coisas, o treino, o treino mental, o que temos de comer, como dormir, faz parte de valores que temos de ter e faz toda a diferença no resultado final. Tivemos um ciclo olímpico muito bom, somos muito unidos e creio que fizemos tudo certo para em 09 de agosto estarmos na nossa melhor versão”, frisou.
Em mais de um século de olimpismo, Portugal tem somente cinco medalhas de ouro e todas no atletismo, pelo que a dupla sabe que vai ter um Paris uma oportunidade única de entrar na melhor história do desporto nacional.
“É uma motivação extra. Vimos o alinhamento dos nossos adversários e todas as potencias mundiais ainda melhoraram os seus barcos. Não estavam satisfeitas com o serem segundo, terceiro, quarto ou quinto… Não querem que seja Portugal nos lugares da frente. Estamos motivados. Sabemos que somos mais uns a lutar por um bom resultado”, assumiu João Ribeiro.
Já a cumprir os seus terceiros Jogos Olímpicos, o canoísta de 34 anos antevê “provas muito renhidas, com muitas dificuldades”, recordando que “entre ser medalhado e não entrar na final a diferença é muito curta”.
Neste ciclo olímpico, João Ribeiro e Messias Baptista nunca baixaram do quinto lugar europeu e mundial em K2 500.
Em ano olímpico, com as competições internacionais algo vazias dos melhores valores, para privilegiar os Jogos, os portugueses nem pestanejaram em apostar em Paris2024 ao invés de andarem a ganhar medalhas – e dinheiro - em provas de menor valor.
“Foi o técnico [Rui Fernandes] que decidiu [não irmos aos Europeus] e nós concordámos, como é óbvio. Pusemos a parte monetária de lado e queremos mesmo é um resultado nos Jogos Olímpicos, que é o que nos motiva. Esta época foi toda planeada para em 09 de agosto estarmos na nossa melhor versão”, reforçou.
João Ribeiro revelou ainda que tem acompanhado o desempenho dos portugueses em Paris, “sempre muito stressado e nervoso”, procurando, agora, “desligar” para se poder focar no seu objetivo.
“Vibro muito com os atletas portugueses, sempre muito nervoso e stressado com os resultados, mas nos próximos dias tenho de me desligar das outas competições para me focar na nossa. Enervo-me, sou sempre muito ativo e tenho de estar mais calmo para preparar a nossa competição, que é o que nos temos de focar”, concluiu.
Em Paris2024 João Ribeiro e Messias Baptista vão estar acompanhados dos canoístas Fernando Pimenta, igualmente campeão do mundo, em K1 1.000 metros, e Teresa Portela, em K1 500.
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