A judoca portuguesa Telma Monteiro disse hoje que está preparada para defrontar qualquer adversária nos Jogos Olímpicos Rio2016, mesmo podendo encontrar no segundo combate a mongol Sumiya Dorjsuren, líder do ‘ranking’ mundial dos -57kg.
"Aqui havia muitas [judocas] fortes. (...) Eu vim para aqui com o pensamento de que tenho de estar preparada para qualquer uma. Portanto, ser a mongol ou qualquer outra no segundo combate neste momento também é um pouco indiferente, porque estou focada em ganhar à russa [Irina Zabludina], porque se não ganhar à russa, a mongol até podia estar na meia-final que eu não a ia apanhar", referiu.
Dizendo-se "tranquila" para os seus quartos Jogos Olímpicos, a campeã europeia, garantiu que reagiu de forma "normal" ao sorteio para a prova de segunda-feira, até porque sabia que tinha grandes possibilidades de apanhar a mongol no seu segundo combate.
"O único combate em que estávamos na expetativa era o primeiro e reagi normalmente, porque todas as adversárias que vão estar aqui são fortes, todas podem fazer um bom resultado, quase todas podem sonhar com o pódio. Numa competição destas, não há que pensar que há adversárias mais acessíveis ou mais fortes, porque todas querem vencer, todas querem fazer história pelo seu país, tal como eu. Portanto, reagi tranquilamente", referiu.
Sobre a lesão num joelho que a afastou da competição durante largos meses, Telma Monteiro, de 30 anos, assegura que, "para quem foi operada há menos de seis meses, não podia estar melhor".
"Sonho sempre com o pódio. É um sonho que posso tornar realidade. Tenho sempre esse objetivo em todas as competições e nos Jogos Olímpicos não vai ser diferente, porque, apesar de ser uma competição nova, as adversárias são as mesmas. Sinceramente, não estou a pensar se venho de uma situação desfavorável ou não.
Estou a pensar que tive determinação suficiente para chegar até aqui, para superar a lesão, para estar suficientemente bem e em forma para lutar. E agora é dar tudo o que tenho", assumiu.
Questionada sobre se já merecia uma medalha olímpica, a única que falta no seu palmarés, a judoca do Benfica, cinco vezes campeã europeia e quatro vezes vice-campeã mundial, disse que aprendeu "da pior maneira que não adianta merecer nada, porque em Pequim, em Londres e em outras competições que não correram tão bem, se fosse por merecer, tinha ganhado".
"Da forma como treino todos os dias, da forma que me supero todos os dias e pela vontade que tenho de ganhar, se fosse por merecer, eu ganhava sempre. Eu sei que por merecer não vou conseguir. Sei que vou conseguir se lutar com determinação para isso, se for melhor do que as minhas adversárias, mais inteligente, mais paciente e com espírito de sacrifício", disse.
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