Carla Salomé Rocha, Sara Catarina Ribeiro e Sara Moreira vão desafiar a temperatura elevada de Sapporo à procura do melhor resultado possível na maratona feminina dos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
Aos 31 anos, Carla Salomé Rocha vai estrear-se na mais emblemática distância olímpica com o terceiro melhor registo nacional (2:24.47 horas), apenas superado por Rosa Mota (2:23.29) e Jessica Augusto (2:24.25).
“A única coisa que eu posso dizer é que estou a preparar-me para estar no meu melhor momento em Tóquio. Depois vai depender muito da situação, das condições que poderemos encontrar lá, e da maneira como uma prova for correndo”, salientou Carla Salomé Rocha, 26.ª nos 10.000 no Rio2016.
Em plena preparação para a prova marcada para Sapporo, a cerca de 800 quilómetros de Tóquio, Salomé Rocha admitiu dificuldades em estabelecer um objetivo, seja de uma marca ou de classificação.
“Se calhar o que é hoje um objetivo, a duas ou três semanas deixa de ser e passa a outro. Estar a traçar objetivos neste momento seria estar a enganar”, vincou a atleta do Sporting, em declarações à agência Lusa.
Além do clima, que poderá ter temperaturas a rondar os 20º Celcius e uma humidade de 80%, que as maratonistas lusas têm enfrentado virtualmente nos treinos ‘indoor’, em passadeira, no Laboratório de Aerodinâmica Industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), também a logística compromete a indicação de metas.
“Nós podemos trabalhar de acordo com uma previsão, mas no dia pode estar melhor ou pior. São fatores que não controlamos. O que estou a tentar fazer é atingir a minha melhor forma possível, mesmo tendo em conta esta situação de clima, e tentar chegar lá a valer, quem sabe, a minha melhor marca”, explicou Sara Catarina Ribeiro.
A também atleta do Sporting, de 31 anos, qualificou-se para Tóquio2020 em dezembro de 2019, com o seu recorde pessoal (2:26.40 horas), na maratona de Valência.
Sara Moreira foi a última a ‘carimbar’ o ‘passaporte’ para os seus quartos Jogos Olímpicos, depois do 22.º lugar nos 3.000 obstáculos, do 14.º nos 10.000 em Londres2012 e da desistência na maratona do Rio2016.
“O meu foco não é de todo a marca. Obviamente, estou a preparar-me para conseguir chegar na melhor forma e conseguir correr o mais rápido possível, mas, tendo em conta que é um campeonato e são provas normalmente táticas, o meu foco vai para o resultado”, sublinhou Sara Moreira.
A maratonista ‘leonina’, de 35 anos, ambiciona “uns Jogos de afirmação”, tal como pretendia no Rio de Janeiro, onde se lesionou pouco depois dos seis quilómetros da maratona, reconhecendo que os mínimos alcançados em abril último (2:26.42), no aeroporto de Twente, nos Países Baixos, foram “a melhor coisa que aconteceu”.
“Não vou mentir, gostaria de ficar entre as 15 primeiras, talvez. Penso que não é uma meta muito ambiciosa, é comedida, mas, mais para a frente poderei, correndo as coisas naturalmente, ter uma ideia de como chegarei. Quero chegar saudável, bem, para conseguir lutar pelo melhor resultado”, explicou Sara Moreira.
Duas das quatro medalhas de ouro olímpicas portuguesas foram alcançadas na maratona, por Carlos Lopes, em Los Angeles1984, e Rosa Mota, em Seul1988.
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