A judoca Rochele Nunes conquistou hoje a medalha de ouro no Grand Slam de Abu Dhabi, ao vencer na final da categoria de +78 kg a cazaque Kamila Berlikash, por ‘ippon’.
Rochele Nunes conseguiu a primeira medalha de ouro da sua carreira num Grand Slam, com uma vitória alcançada antes da metade do combate, iniciada com um uchi mata (técnica de arremesso) e finalizada com um osaekomi (imobilização).
A judoca do Benfica, em zona de apuramento olímpico, soma com este triunfo 1.000 pontos – mais do que vale um triunfo num Europeu -, e deverá ter uma subida significativa no ranking mundial e também na qualificação para Paris2024.
Em Abu Dhabi, Rochele Nunes confirmou o bom ano que tem tido, que lhe valeu, ainda em junho, também o seu primeiro ouro num Grand Prix, e agora num Grand Slam, a mais importante prova internacional a seguir aos Jogos Olímpicos, Masters e Mundiais.
Os Grand Slam têm até uma importância superior aos Europeus na ‘contabilidade’ dos pontos para a classificação mundial, embora a prova continental, que vale 700 pontos numa vitória, represente a conquista de um título.
Antes de Abu Dhabi, em setembro, Rochele Nunes tinha voltado a ser prata num Grand Slam, então de Baku, depois de também o ter sido em 2022 na capital azeri, e em 2021 em Tbilissi e Telavive, o que lhe dava quatro finais perdidas nestes ‘major’.
Na competição de hoje, que antecede os Europeus de Montpellier, de 03 a 05 de novembro, a judoca do Benfica teve um ensaio mais do que positivo, num percurso 100% vitorioso, sempre pela pontuação máxima (ippon).
Rochele, que é 12.ª do mundo e apresentava-se como terceira cabeça de série, venceu a moldava Oxana Diacenco (62.ª), a italiana Asia Tavano (21.ª), a russa Elis Startseva (64.ª) e a cazaque Kamila Berlikash (17.ª).
O ouro de hoje, traduzido em 1.000 pontos, que contam na totalidade, deve ‘projetar’ a judoca para os lugares cimeiros dos +78 kg, na melhor das hipóteses na quarta posição, garantindo um estatuto entre as oito cabeças de séries.
Um ponto importante para Rochele Nunes, pela confiança acrescida em vésperas do Europeu, mas também por dar continuidade aos resultados consistentes da judoca nascida no Brasil e que no início de 2019 optou por representar Portugal.
Também hoje em Abu Dhabi, Patrícia Sampaio esteve em bom plano, faltando – à semelhança de Catarina Costa (-48 kg) na terça-feira e de João Fernando (-81 kg) na quarta -, muito pouco para trazer a medalha, repetindo o quinto lugar dos seus companheiros.
A judoca da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais (11.ª), em Tomar, disputou quatro combates, com duas vitórias, diante da australiana Maria Swan (63.ª) e da britânica Emma Reid (18.ª), e derrotas frente à italiana Alice Bellandi (1.ª) e Anna Maria Wagner (4.ª), primeira e segunda favorita.
Patrícia Sampaio soma 360 pontos em -78 kg e deverá também, com menor impacto, capitalizar alguma progressão na categoria, na qual se encontra em posição elegível para Paris2024 e nos lugares de cabeça de série para os próximos Europeus.
Finalmente, Jorge Fonseca, bicampeão mundial em -100 kg, em 2019 e 2021, também competiu em Abu Dhabi, mas depois de ultrapassar o bielorrusso Daniel Mukete (66.º), foi surpreendido a nove segundos do final no seu segundo combate.
O judoca do Sporting (13.º do mundo) defrontou um velho conhecido, o sérvio Aleksandar Kukolj (17.º), a quem derrotou na final dos Mundiais de 2021, mas perdeu já este ano na final do Grande Prémio de Zagreb, em agosto.
*Artigo autalizado
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