Mariana Machado, a atleta mais nova da comitiva portuguesa nos Mundiais de atletismo, em Eugene, nos Estados Unidos, reconheceu hoje que a presença recompensa o seu trabalho, mas aponta apenas à conquista de experiência num grande palco.
“Não estava nos meus objetivos vir ao campeonato do mundo, de todo, o meu objetivo era ir aos campeonatos da Europa, mas, entretanto, com a marca que consegui nos 5.000 metros, acabou por se proporcionar e tive de alterar todo o meu planeamento da época”, afirmou Mariana Machado.
A atleta do Sporting de Braga tem 21 anos – é juntamente com o lançador do dardo Leandro Ramos os únicos nascidos em 2000 – e vai disputar as semifinais dos 5.000 metros, na quarta-feira, a partir das 16:25 locais (00:25 de quinta-feira em Lisboa).
“Tendo em conta que são os meus primeiros campeonatos do mundo como sénior, quero aproveitar a experiência, porque acho que temos de entrar nestes palcos, ter a experiência, para, mais tarde, lutarmos por melhores lugares. Este ano o objetivo é absorver o máximo de conhecimentos e de experiência, que vou ter aqui, ao correr com as melhores do mundo, para, dentro de três anos, lutar por ser finalista ou estar entre as oito primeiras”, assumiu.
Mariana Machado chega a Eugene2022 com 15.25,87 minutos como melhor marca pessoal, alcançada já este ano, a 29.ª entre as inscritas, numa lista liderada pela etíope Ejgayehu Taye, com 14.12,98.
A possibilidade de qualificação, confirmada sob a data limite através do ‘ranking’ mundial, mudou os planos da atleta bracarense para 2022.
“Não estava nos meus objetivos vir aos campeonatos do mundo, de todo. O meu objetivo era ir aos campeonatos da Europa, mas, entretanto, com a marca que consegui nos 5.000 metros surgiu a oportunidade de vir cá, eu, que ia fazer mais provas de 1.500, tive de abdicar dessa preparação e fazer uma prova de 3.000 e outra de 5.000, para pontuar e entrar pelo ‘ranking’, quando se tornou possível. Não esperava, mas acho que foi uma recompensa pelo trabalho que foi feito”, referiu.
A duas vezes medalha de bronze nos Europeus de corta-mato, em juniores, em 2019, e sub-23, no ano passado, filha de Albertina Machado, sétima nos 10.000 metros em Seul1988 e nos Mundiais Roma1987, quer reforçar-se nos 1.500 para melhorar nos 5.000, que provavelmente serão a distância a apostar para Paris2024.
“Tenho ideias muito bem definidas, tanto eu como a minha treinadora [Sameiro Araújo], e acho que preciso de ser uma grande atleta de 1.500 metros para ser uma grande atleta de 5.000. Acabei por não fazer tantas provas dessa distância como quis, este ano, mas o meu objetivo é apostar muito nos 1.500, porque, se estiver bem nessas, vou conseguir estar melhor nos 5.000”, explicou.
A final dos 5.000 metros femininos da 18.ª edição dos campeonatos do mundo está marcada para sábado, às 18:25 locais (02:25 de domingo em Lisboa).
O melhor resultado luso na distância foi o segundo lugar obtido por Fernanda Ribeiro em Gotemburgo1995.
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