A atleta Patrícia Mamona, vice-campeã olímpica do triplo salto em Tóquio2020, confirmou hoje a sua felicidade pelo regresso, após lesão, sem querer lançar foguetes, guardando-os para o “dia certo”, em Paris2024.
“Embora ache que sou bastante forte psicologicamente, há sempre a dúvida se vamos conseguir voltar e voltar ao nosso melhor. Neste momento, estou melhor do que estava, na mesma altura, há dois anos, até comparado com o ano dos Jogos estou melhor”, começou por explicar a saltadora, de 34 anos, na Web Summit, em Lisboa.
A atleta do Sporting partilhou o palco de uma conferência na cimeira tecnológica com o jogador de râguebi Tomás Appleton, reconhecendo, em declarações à agência Lusa, que o atual momento resulta da ambição alimentada pela ausência da temporada de verão, quando falhou os Mundiais Budapeste2023.
“Também é um bocado da ‘fome’ que eu tinha, da vontade de treinar e acabar o treino desfeita e a sentir que dei tudo. Este sobe e desce mental foi bom para me trazer para cima, porque já estive em baixo. Agora estou feliz, obviamente, mas não quero lançar muitos foguetes, porque os foguetes têm de ser lançados no dia certo, que espero que seja nos Jogos Olímpicos Paris2024”, revelou.
A saltadora ‘leonina’ conquistou a medalha de bronze dos Europeus em pista coberta Istambul2023, agravando uma lesão no adutor, já depois de ter disputado os Mundiais e os Europeus ao ar livre de 2022 sempre condicionada por lesões.
“Estou bem, finalmente posso dizer isso bem alto. Estou a treinar sem restrições nenhumas. Comecei a época com algumas dificuldades, o que é normal, mas fui sentindo-me cada vez melhor e agora estou já numa mentalidade de treinar bem e forte, para ter uma boa base para as competições de inverno”, explicou.
Patrícia Mamona fez o paralelismo de 2022 com 2017, um ano depois de se ter sagrado campeã europeia em Amesterdão2016.
“Está a repetir-se um bocado a história. Depois de um grande ano, vem um ano um pouco mais triste. Faz parte do percurso. Já tive no fundo, já tive na terra e, agora, é voltar a sonhar e tentar chegar ao céu”, reconheceu.
A primeira grande competição de 2024 vão ser os Mundiais ‘indoor’, entre 01 e 03 de março, em Glasgow, na Escócia, onde foi quarta nos Europeus de 2019, antes dos Europeus ao ar livre, em Roma, entre 07 e 12 de junho.
“Neste momento tenho de pensar em acumular bons treinos, em conseguir treinar bem e eu acho que, se isso acontecer, vou estar em boa forma no inverno, a pensar nos Jogos”, reforçou a atleta,
A marca de qualificação direta para os Mundiais em pista coberta está fixada em 14,62 metros, sete centímetros mais exigente do que o ‘mínimo’ para Paris2024, sem que isso perturbe a recordista nacional (15,01 em Tóquio, em 2021).
“Pode ser uma pressão, mas eu até gosto. Porque é uma pressão positiva”, ressalvou.
No fundo, Mamona ambiciona bons resultados em 2024, caso sinta que chegou a altura de se despedir dos Jogos Olímpicos, competição que disputou já três vezes.
“Estes podem ser os meus últimos Jogos. Eu sinto-me jovem, sinto-me com energia, com muito para dar e, por isso, talvez não sejam, mas tenho de pensar nessa possibilidade. Daí, estou a fazer tudo para que esta época corra da melhor maneira possível”, admitiu.
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