O sueco Armand Duplantis conquistou o terceiro título europeu consecutivo no salto com vara, enquanto o norueguês Jacob Ingebrigtsen somou o sexto ouro em Campeonatos da Europa de atletismo, impondo-se nos 1.500 metros, no último dia de Roma2024.

Numa prova em que o português Isaac Nader foi 10.º, Ingebrigtsen tornou-se o mais condecorado atleta masculino da história dos campeonatos, com seis medalhas de ouro, todas em Berlim2018, Munique2022 e Roma2024 – fez a ‘dobradinha’ dos 1.500 e 5.000 metros nas três.

Aos 23 anos, o norueguês prefigura-se desde já como um dos grandes atletas do mundo, sendo bicampeão mundial dos 5.000 metros e campeão olímpico dos 1.500, que hoje correu em 3.31,95 minutos, novo recorde dos campeonatos, à frente do belga Jochem Vermeulen, segundo, e do italiano Pietro Arese, terceiro.

Fica agora a apenas um ouro da recordista absoluta em Campeonatos da Europa, a croata Sandra Perkovic, sete vezes primeira no lançamento do disco, e acima dos cinco de Mo Farah, Roger Black e Harald Schmid.

Quanto a Duplantis - o mais que anunciado campeão da Europa mesmo antes de saltar -, sagrou-se tricampeão do salto com vara com 6,10 metros, novo recorde dos campeonatos, longe dos 6,24 metros que tem como recorde mundial.

‘Momo’ é uma das grandes estrelas mundiais do desporto e voltou a mostrar-se confortável, a menos de 50 dias dos Jogos Olímpicos Paris2024.

O grego Emmanouil Karalis foi segundo, com uma marca ‘humana’, de 5,87 metros, e o bronze foi partilhado pelo turco Ersu Sasma e o alemão Oleg Zernikel, ambos com 5,82 e o mesmo número de válidos e nulos.

No salto em comprimento feminino, destaque para o bronze de Agate Sousa, na primeira prova a representar Portugal, com 6,91 metros, menos 31 centímetros do que a alemã Malaika Mihambo, que recuperou o título continental que havia ganhado em Berlim2018.

Sousa, de resto, deu a Portugal o terceiro pódio em Roma2024, juntando-se ao bronze de Liliana Cá, no lançamento do disco, e à prata de Pedro Pablo Pichardo, no triplo salto.

Quanto a Mihambo, campeã olímpica em Tóquio2020, voltou a mostrar-se bem acima da concorrência e fixou nova melhor marca mundial do ano, nos 7,22 metros, à frente da italiana Larissa Iapichino, prata, com 6,94 metros.

Com estatuto de anfitriã, e sem a Rússia em prova, a Itália imperou no medalheiro final e acabou por somar um último ouro a fechar, com a estafeta 4x100 metros, campeã olímpica em Tóquio2020.

Marcel Jacobs, campeão olímpico dos 100 metros e vencedor desta prova nestes campeonatos, ajudou a fixar uma nova melhor marca europeia do ano em 37,83 segundos, batendo os Países Baixos, em segundo, e a Alemanha, terceira.

Um dia depois de vencer os 400 metros barreiras, a neerlandesa Femke Bol liderou a estafeta feminina 4x400 metros dos Países Baixos a novo ouro, num campeonato em que foi também bronze na estafeta mista 4x400.

A equipa, em que figurou também Lieke Klaver, Cathlijn Peeters e Lisanne De Witte, sagrou-se bicampeã, depois do ouro de Munique2022, com Bol a acabar, completando um tempo de 3.22,39 minutos, à frente da Irlanda, segunda com recorde nacional, e da Bélgica.

Os belgas imperaram na prova masculina, com o campeão da Europa de 400 metros, Alexander Doom, a ‘dobrar’ o ouro ao pescoço, ao lado de Jonathan Sacoor, Robin Vanderbemden e Dylan Borlée, com 2.59,84.

Ficaram os italianos no segundo lugar, com a Alemanha a levar o bronze.

Nos 10.000 metros, vitória para Dominic Lobalu, no primeiro triunfo pela Suíça para o atleta nascido no Sudão do Sul e que chegou ao continente europeu como refugiado, com 28.00,32 minutos de marca.

O francês Yann Schrub ficou no segundo lugar, a 16 centésimos, com o espanhol Thierry Ndikumwenayo no terceiro posto.

Sem surpresa, a britânica Keely Hodgkinson, vice-campeã olímpica, impôs-se nos 800 metros, com 1.58,65 minutos, com a Grã-Bretanha (com Irlanda do Norte) a somar também o ouro na estafeta 4x100 metros, liderada por Dina Asher-Smith.

Depois de perder para o alemão Julian Weber o título europeu em Munique2022, o checo Jakub Vadlejch chegou finalmente ao ouro continental, que o vice-campeão olímpico nunca tinha logrado.

O atleta de 33 anos, que até então não ocupava sequer uma posição de pódio, somou 88,65 metros no sexto e último lançamento, surpreendendo a plateia e a concorrência na capital italiana, deixando Weber no segundo lugar, com 85,94, e o finlandês Oliver Helander no terceiro, com 85,75.

Contas feitas, a Itália acabou no primeiro lugar do medalheiro, com 11 medalhas de ouro, e 24 pódios, distante dos quatro primeiros lugares e 16 ‘metais’ da França, segunda.

Portugal, por seu lado, acabou no 21.º posto, com uma prata e dois bronzes, mais um pódio – mas menos um ouro – do que em Munique2022.