Ricardo Mestre vai sair este domingo de Castro Marim com a camisola laranja da Euskaltel-Euskadi vestida, naquela que é a sua estreia em casa com uma das equipas mais tradicionais do pelotão internacional.
E a ocasião não podia ser mais perfeita: um dia depois de andar fugido na etapa rainha da Volta ao Algarve, com final no alto do Malhão, o algarvio desfila as suas novas roupagens, símbolo de uma nova aventura, diante dos seus familiares e amigos.
«Para já, a experiência está a ser bastante positiva, penso que estou a adaptar-me bastante bem. Estou a gostar da experiência e espero continuar assim», disse à agência Lusa.
O ciclista de Castro Marim abraçou este ano um desafio internacional, trocando a equipa de toda a vida, o Tavira, pela Euskaltel, que esta temporada abriu pela primeira vez as contratações a ciclistas não bascos ou, pelo menos, sem ligações ao País Basco.
A escolha é explicada por Ricardo Mestre sem grandes floreados - «foi a equipa que me propôs um contrato»-, mas com destaque especial para as características que a tornam a formação basca única: «é uma equipa com bastante tradição e adeptos bastante ferrenhos, o que é motivador».
Apesar de haver bastantes diferenças entre o Tavira, com que ganhou a Volta a Portugal 2011, e a Euskaltel, «sobretudo nos meios e nas infraestruturas», o ambiente das duas é «bastante idêntico e familiar», composto por «gente unida».
«E isso é o que faz com que me sinta bem», reconheceu o homem da terra, que, na 39.ª edição da "Algarvia", sente uma receção do público diferente dos outros anos.
O único português da formação laranja sente-se acarinhado pelas pessoas, algo que o deixa tão feliz como o facto de poder representar o seu país "noutras paisagens".
Por enquanto, o ciclista de 29 anos, natural da Cortelha, não traça objetivos definitivos, assumindo apenas que quer fazer «uma Volta grande», qualquer que seja, «porque são todas excelentes», já que não está em condições físicas para discutir a geral da prova mais importante da sua terra.
A aventura no WorldTour tem, no entanto, um contra: quase de certeza não estará na Volta a Portugal 2013.
«Será difícil [conseguir segunda vitória na Volta], penso que a equipa não irá estar presente. Mas, se um dia regressar a Portugal, ou se a equipa participar, quem sabe», reconheceu o corredor algarvio, que no ano passado foi forçado a abandonar a Volta a Portugal na sequência de uma queda.
Comentários