A Credibom-LA Alumínios-MarcosCar está a ter um arranque de sonho na 84.ª Volta a Portugal, liderando a classificação da montanha e da juventude, após uma primeira etapa em que dois dos seus ciclistas foram os incansáveis do dia.
“É sempre difícil [andar em fuga] no primeiro dia. Bastante calor, muitos quilómetros, algum vento na parte final. Rapidamente fiquei sozinho com o Diogo [Narciso] e tornou-se bastante duro, mas era um objetivo que tínhamos desde início, desde o ano passado, vestir a montanha no primeiro dia. Acabámos por nos entender bastante bem desde início e ficámos felizes por o Diogo estar ali, neste momento, a vestir a camisola”, resumiu João Macedo, em declarações à agência Lusa.
Foi logo nos primeiros metros dos 188,5 quilómetros de ligação entre o Velódromo Nacional de Sangalhos (Anadia) e Ourém que os ciclistas da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar iniciaram a primeira fuga da 84.ª edição, numa iniciativa em que foram acompanhados pelo compatriota Rafael Lourenço (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), pelo alemão Adrian Zuger (Bike Aid) e pelo neerlandês Bart Buijk (Universe Cycling).
Os dois ficariam sozinhos pouco depois, recebendo posteriormente a companhia do neerlandês Wesley Mol (Bike Aid), que também teve o mesmo destino dos primeiros corredores que acompanharam os jovens de 21 anos.
“Foi um ‘contrarrelógio’ bastante longo, que valeu a pena”, brincou Macedo.
Último fugitivo a ser alcançado, a 21 quilómetros da meta, o corredor da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar confessou que na parte final da fuga sentiu que estava “um bocadinho melhor do que o Diogo”.
“Mas isso não interessava, o que interessava era mesmo levar o Diogo até à montanha e ele poder vestir a camisola, porque matematicamente ele ganhava a camisola se passasse em primeiro na segunda meta de montanha. Combinámos que eu o ajudava ao máximo até à montanha, ele, depois, dava um bocadinho mais de si, e eu, se tivesse capacidade para ir sozinho, tentava ir pontuar à outra meta de montanha e, quem sabe, um bocadinho mais além, mas já não foi possível”, descreveu.
João Macedo assumiu que, “se fosse em outro ano, em outra Volta a Portugal”, seria bastante surpreendente ver a equipa a liderar a classificação da montanha, com Narciso – que também comanda o prémio combinado -, e juventude, com Daniel Dias, mas não nesta edição.
“Sinceramente, com as condições que temos tido, a forma como temos trabalhado nos últimos tempos, o ambiente que se sente na equipa, a ambição que existe, não me surpreende. Com sorte e com algum trabalho, pode não ficar por aqui”, anteviu.
Para já, a única equipa 100% portuguesa do pelotão nacional celebra as suas lideranças, com Narciso a dizer que ser ‘rei da montanha’ “é algo indescritível”. “É a minha estreia na Volta a Portugal e vestir uma camisola para mim já é um feito incrível”, completou.
O jovem, de 21 anos, considerou que a sua equipa esteve hoje fantástica e que “Macedo fez um trabalho incrível”.
“Acho que não podíamos começar melhor a Volta, estamos líderes de três classificações e isso para dignificar os patrocinadores, que tanto nos ajudam, é espetacular. Agora, é continuar para tentar defender estas camisolas o máximo que pudermos”, prometeu.
Já Daniel Dias, o dono da camisola branca, estava ‘deslumbrado’ com a aventura dos seus colegas de equipa na tirada de hoje, com os dois a integrarem a fuga do dia, quando era suposto só um tentar a sua sorte.
“Estamos na liderança de três classificações – na da montanha, na da juventude e no combinado – e acho que melhor não podíamos pedir. […] Está a começar muito bem para a nossa equipa, estamos a dignificar bastante bem os patrocinadores e vamos tentar continuar assim”, rematou.
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