O secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, manifestou hoje esperança de que os Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, possam dar um pequeno impulso às relações entre as duas coreias.
"No contexto atual, é óbvio que há uma enorme atenção dirigida à mensagem de paz na Península Coreana", disse Guterres, acrescentando que pretende tornar claro que a "mensagem olímpica de paz não é local" e sim "universal".
A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, ficou marcada por uma aproximação histórica entre altos representantes das duas Coreias, mas também pela atitude mais fria do vice-presidente dos Estados Unidos.
Os Jogos foram declarados oficialmente abertos hoje, numa cerimónia de abertura em que o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae In, apertou a mão à irmã mais nova do líder da Coreia do Norte, Kim Yo-jong. Na pista, os atletas das duas Coreias marcharam sob uma bandeira comum.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, também esteve presente - lidera a comitiva norte-americana aos Jogos - mas destoou do espírito de aproximação. Pence ficou sentado a poucos metros da irmã do ditador Kim Jong Un, mas não interagiu com a representante norte-coreana, informou hoje a Casa Branca.
Pence estava sentado entre o Presidente sul-coreano Moon Jae in e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. A irmã de Kim Jong Un estava logo na fila atrás do camarote de honra.
Kim Yo Jong é a primeira pessoa da família que domina a Coreia do Norte desde há décadas a visitar o Sul desde a guerra da Coreia, de 1950 a 1953.
Noutro momento da cerimónia, Pence apenas se levantou para aplaudir a equipa do seu país, isto apesar de outras pessoas no camarote de honra se terem levantado para aplaudir a entrada conjunta dos atletas das duas Coreias.
Foi a primeira vez em 12 anos que as duas Coreias marcharam juntas num desfile olímpico. Os dois países têm estado em rota de colisão devido ao programa de mísseis balísticos intercontinentais norte-coreano, bem como ao seu programa de armamento nuclear.
A tensão diplomática também se estendeu aos Estados Unidos - que tem proposto e aplicado novas e mais duras sanções económicas contra Pyongyang - e, em menor medida, ao Japão, potencial alvo das armas norte-coreana.
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