A judoca Telma Monteiro disse ter dado “tudo o que tinha hoje” para chegar a uma medalha nos Mundiais de Budapeste, em que terminou em sétimo lugar, e focou-se já nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020.
“Mesmo sabendo que o objetivo da preparação são os Jogos Olímpicos, vim com o objetivo de lutar pelas medalhas. Dei tudo, tudo o que tinha hoje. Não chegou para o que queria. Mas quando o dia chegar vou dar tudo, mas tudo do que tenho possibilidades de dar e vai chegar!”, disse a judoca nas redes sociais.
Telma, que está em lugar de qualificação para os Jogos Olímpicos, admitiu que nos Mundiais, para os quais partia como 10.ª do ‘ranking’ mundial e era quinta favorita, ainda não esteve no seu pleno, e que não tem receio de assumir que o seu objetivo nos Jogos Olímpicos "são as medalhas".
“Tenho zero receio de 'falhar', da desilusão, porque para chegar lá é preciso um coração forte, coração de quem quer. Porque quem não tenta não sofre. Mas quem não tenta não sabe a riqueza de dar tudo, de lutar por algo grande. E a vontade que tenho é mais forte do que o que me pode parar”, acrescentou.
A medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e quatro vezes vice-campeã mundial, além de inúmeras medalhas em grandes competições, 15 das quais em Europeus, competição em que é hexacampeã, reconheceu que hoje teve lágrimas, mas pela vontade de “ser melhor e fazer mais”.
"Tenho lágrimas, não de tristeza, mas de quanta vontade tenho dentro de mim de ser melhor, de fazer mais, do quanto acredito que vou conseguir", justificou.
A ambição da judoca portuguesa mais medalhada de sempre se direcionou já para a competição olímpica, em que estará pela quinta vez na sua carreira, depois de Atenas2004, Pequim2008, Londres2012 e Rio2016, onde foi bronze.
“O meu foco agora é a prova mais importante do ciclo!”, acrescentou.
Nos Mundiais de Budapeste, que decorrem desde domingo e até ao próximo domingo, de 12 de julho, Telma Monteiro repetiu o sétimo lugar de 2015, em Astana, numa competição em que foi prata em 2014, 2010 e 2009, já em -57 kg, e prata em 2007 e bronze em 2005, ainda em -52 kg.
A judoca, isenta da primeira ronda, começou por vencer a búlgara Ivelina Ilieva (22.ª) e a húngara Andrea Karman (118.º), ambas por ippon, ainda no quadro principal, e perdeu nos quartos de final Momo Tamaoki (quinta) e na repescagem com a sérvia Marica Perisic (24.ª).
Telma somou mais de 20 minutos no ‘tatami’ nos dois últimos combates, numa maratona de grande desgaste físico, com a judoca a perder ambos os duelos por acumulação de castigos e já no ‘golden score’, no primeiro com 10.23 de combate e no segundo com 9.42.
Os Mundiais prosseguem na quinta-feira, dia destinado as categorias de -63 kg e -81 kg, com Portugal a ter apenas em ação nesta última o judoca Anri Egutidze.
A vice-campeã mundial Bárbara Timo (-70 kg) competirá na quinta-feira, o campeão mundial Jorge Fonseca (-100 kg) na sexta-feira, e Rochele Nunes (+78 kg) fechará a participação portuguesa no sábado.
Joana Ramos foi na segunda-feira a judoca portuguesa mais bem classificada, ao terminar em quinto lugar nos -52 kg, com a atleta a ficar pela terceira vez na sua carreira à porta do pódio em campeonatos do mundo, depois de resultados idênticos em 2019 e 2011.
Comentários